Tudo começou no final da tarde do dia 14 de abril de 1956, véspera da tão esperada festividade de inauguração da praça esportiva que levaria o nome do presidente do Tabú E.C., Sr. Max Stahlschmidt. Levou a cabo o Tabú E.C. um vasto programa de festividades que iniciou com uma carinhosa recepção à equipe visitante e culminou com um animado baile em seu salão de festas. Ao desembarque da delegação juventina estavam presentes as mais altas autoridades locais e toda a diretoria do Tabú E.C., com destaque ao presidente o Sr. Max Stahlschmidt, do Dr. Clínio dos Santos, promotor público local e orador oficial do clube. Também estavam presentes o Sr. Siqueira Belo, MD prefeito local, o Sr. Comandante do destacamento da Força Pública e o sargento Basílio. Após as devidas apresentações e cumprimentos foi oferecido um lauto jantar à caravana do Juventus.
Na manhã seguinte por volta das onze horas foi dado início à solenidade da benção e inauguração do Majestoso Estádio de Futebol, ocasião em que usou da palavra o Dr. Clínio representando o Tabú, em seguida discursou o Prefeito de Porto União, Dr. Lauro Müller Soares, que fora especialmente convidado. Falaram ainda, o Frei Libório Lueg representando os desportistas de Porto União, o Sr. Max Stahlschmidt e Frei Cássio, vigário local. Sob calorosa salva de palmas foi desatada a fita simbólica pelo prefeito de Porto União e descerrada a placa com o nome do Estádio pelo Sr. Max Stalschmidt. Após essa solenidade os convidados saborearam um suculento churrasco.
Antecedendo a partida oficial de inauguração, foram realizadas dois jogos, um pelos juvenis entre o Tabú e Colégio São José de Porto União, onde os visitantes venceram por 04 tentos a 02. No outro confronto, pelos aspirantes, o Tabú venceu por 02 tentos a 01 a agremiação de Mariópolis.
Antes da peleja inicial, a nota mais tocante da solenidade foi o hasteamento do pavilhão nacional pelo Sr. Siqueira Belo, prefeito local, onde todos os presentes entoaram entusiasticamente o hino nacional brasileiro.
Prélio oficial inaugural
Tabú E.C. 05 x 06 Juventus F.C.
Detalhes
Se aproveitando da instabilidade inicial do setor defensivo do quadro da casa, com toques rápidos e concatenados, o famoso esquadrão do Juventus do planalto norte catarinense, com facilidade balançou as redes por três vezes ainda nos primeiros quinze minutos da primeira metade do tempo regulamentar. Com a alteração feita pelo treineiro clevelandense, passando o centro médio Marimba para zaga central, o Tabú acertou a sua cozinha e começou a atuar em igualdade de condições, principalmente porque sua linha de frente começou a fuzilar com frequência à cidadela do guapo juventino, Gralha, fazendo com que o espetáculo ficasse emocionante e a massa torcedora fosse à loucura. Tanto é que o placar da primeira etapa ficou em 04 a 04.
Para a segunda metade, incentivado pela sua entusiástica torcida, o Tábu chegou ao quinto tento de forma rápida, só não fez mais gols devido ao arrojo do arqueiro contrário, Gralha, que fez portentosas defesas. Após a metade do segundo tempo, cansado e para garantir o placar, o quadro do sudoeste recuou, dando espaço aos avantes juventinos que nos últimos três minutos da contenda estufaram por mais duas vezes a rede do guarda metas Orlando. O escore final ficou em 06 a 05 para o Juventus F.C. de Porto União.
Mediando a peleja o Sr. Otto Conrado Grubbe, convidado que foi para tal, nos últimos minutos da pugna abandonou o apito por não concordar com alguns torcedores que o estavam criticando. Assumiu o apito o Frei Libório com boa atuação, auxiliado que foi pela ótima conduta e respeito dos jogadores.
Após a porfia inaugural a grande torcida homenageou os dois esquadrões com uma baita salva de palmas.
Ficha técnica da peleja
Estádio Max Stahlschmidt – 15 de abril de 1956.
Tabú E.C. 05 x 06 Juventus F.C.
Tabú E.C.
Orlando, Dôro e Marimba. Juca, Orlando e Raulindo. Zizo, Paraguaio, Mário, Osvaldo e Gaúcho.
Tentos: Zizo (02), Gaúcho (01), Marimba (01) e Osvaldo (01).
Melhores do quadro – Orlando (arqueiro) e Marimba.
Juventus F.C.
Gralha, Chico e Ivo Wolff. Walfrido, Ilkys e Daíco Bertolotte (Ciro). Romeu Savi, Ari Maltauro, Chico II, Paulinho e Goya (Edgar Ratinho).
Tentos: Chico II (04), Paulinho (01) e Romeu (01).
Melhores do quadro: Gralha e Chico II.
Na noite do pós jogo prosseguiram as solenidades com a coroação da Rainha do Tabú e um animado baile no Grêmio Clevelandense, ocasião tal em que foi entregue um belo troféu ao Juventus F.C. onde discursou o Dr. Clínio dos Santos representando o Tabú. Também discursou o Sr. S.Sobral pelo Juventus.