O CHIFRE DO ÁRBITRO

O CHIFRE DO ÁRBITRO

Coisas da bola

Coisas da bola são relatos de fatos vividos por mim, histórias contadas por amigos e outros frutos da minha imaginação.

Qualquer semelhança será puro acaso.

“Jair da Silva Craque Kiko”

Quem tem acompanhado o meu trabalho já percebeu que quando escrevo alguma resenha sofre o nosso futebol amador, principalmente antes do advento da Associação Atlética Iguaçu, friso que o nosso futebol era muito bom. E por ser bom, os estádios tinham lotação máxima, e como eu na maioria das vezes, ainda moleque, também estava lá e presenciava fatos, muitos hilários, como este que vou relatar.

Final da década de 1960. O Estádio municipal de Porto União estava completamente tomado para o embate entre as equipes do Juventus E.C e União E.C.
Atuava pela equipe do Juventus, um amigo meu, pessoa boníssima, mas que quando adentrava às quatro linhas para uma peleja, simplesmente se transformava e abria a caixa de ferramentas (disputava uma jogada com se estivesse com uma foice na ponta de chuteira, reclamava, brigava – enfim, só incomodava a arbitragem). Para variar neste jogo o amigo mais uma vez foi expulso de campo. Tendo tomado banho mais cedo, foi se assentar num barranco no lado oposto das arquibancadas. Pastavam por ali bodes que para se alimentar comiam a relva e mantinham o gramado do Estádio em condições para a prática do futebol.
O amigo ainda de cabeça quente por ter sido expulso, pegou um dos bodes pelos chifres e começou a gritar chamando atenção do árbitro, onde dizia: olha o que você é seu juiz ladrão. Por ter dado a entender que o juiz era um chifrudo, a súmula da partida, foi “carregada” pelo apitador. Como o esporte amador de nossas cidades era regido pela Federação Paranaense de Futebol, o presidente da nossa liga (LERI – Liga Esportiva Regional Iguaçu) buscou respaldo no órgão máximo e o atleta foi eliminado do futebol.
Pouco tempo depois o árbitro que foi ofendido encerrou a carreira. O atleta banido, então, procurou o ex-árbitro e como muito “chororô” pediu desculpas e perdão pelo ocorrido, pedindo inclusive que fosse retirado a queixa na Federação para que pudesse voltar a jogar futebol. O ex-árbitro disse que atenderia o ex-atleta desde que ele fosse pedir perdão para a sua esposa e que se ela o perdoasse ele também o perdoaria. O jogador, então, foi pedir perdão para a esposa do juiz, só que, a mesma disse que só aceitaria se o pedido fosse feito com o atleta ajoelhado e beijando os seus pés. Ele se ajoelhou, beijou os pés da mulher e foi perdoado.

No próximo campeonato já estava liberado para atuar. Atuou, e para não perder o costume, foi por muitas vezes tomar banho mais cedo.

Obs: O meu amigo R…..nega de pés juntos…diz que só beijou o pé direito da esposa do apitador aposentado.

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