Tínhamos ido jogar em Curitiba pelo campeonato paranaense de futsal. Além de perdermos a partida a nossa Kombi estourou o motor. Tivemos que voltar em ônibus de linha. Na poltrona ao meu lado, estavam sentados um homem e uma mulher. A mulher tinha no colo uma criança enrolada em um cobertor e o homem estava cozido de manguaça. Após o busão ter saído da rodoviária, os dois começaram a discutir e incomodar os passageiros. O motorista foi chamado e tomou providências, mandou o marmanjo sentar sozinho numa poltrona vaga nos fundos do veículo.
Quando estávamos na metade da viagem pegamos um congestionamento, pois havia acontecido um acidente e ficamos parados por quase uma hora. Nesse ínterim, todos desceram para esticar as canelas, inclusive o casal briguento e o nenê de colo.
Liberada a pista, os passageiros retornaram para seus lugares e foi dada continuidade à viagem. Sem ter curado o porre, o bebum sentou junto com a mulher e começou incomodar novamente. Foi, então, que alguém percebeu que a criança não estava mais com a mulher. Todos ficaram preocupados, o casal havia descido com o nenê e voltou sem ele. Foi o maior fuzuê. Ônibus parado, polícia chamada, discussão até que fosse entendido e explicado pela suposta mãe do suposto bebê. A suposta mãe falou que não tinha nenhuma criança enrolado no cobertor. Era um cachorro que estava viajando clandestinamente, pois não era permitido viagem de animais junto com os passageiros e que, quando desceram no congestionamento o cão fugiu. Até o esclarecimento dos fatos foram muitas horas.
Essa foi a viagem a mais longa que fiz da capital paranaense até as nossas cidades, saí às 19 h e cheguei às 4 h do dia seguinte.