Mesmo correndo o risco de perder seus mais importantes atletas para a Associação Atlética Iguaçu que estava em formação, o quadro do Avahi investia em estrutura e treinamentos para disputar a Taça Paraná de Futebol Amador no ano de 1971. Se perdesse os seus principais atletas disputaria a competição sem aspirar muita coisa, segundo Valdir Alliot, que estava estreando como treinador do elenco.
Para dar continuidade na preparação, foi convidado o esquadrão profissional da Pontagrossense para um embate amistoso. A peleia foi no alçapão da Vila e, naquele agosto de 1971, com as arquibancadas totalmente tomadas por torcedores do tricolor avahiano e, outros torcedores que também questionavam a cessão de atletas do Avahi para o Iguaçu. Vale ressaltar que os principais atletas do nosso futebol amador não ficavam devendo nada para os boleiros profissionais que viriam à envergar as cores do Iguaçu. Essa sem dúvida nenhuma, foi a primeira celeuma entre o futebol amador e o time profissional do Iguaçu que estava sendo formado.
Mas voltemos aos acontecimentos do prélio amistoso. O esquadrão de Ponta Grossa iniciou a contenda a todo vapor, querendo decidir já nos primeiro minutos, só que encontrou o sistema defensivo do seu adversário bem fechado.
Na sua primeira ida ao ataque, os avantes avahianos mostraram a que vieram e, através da jogada aos 04 minutos, pelo flanco direito ofensivo, o meia Rotta lança o ponteiro direito Chila que desvencilha-se de seu marcador e inaugura o placar, acertando um petardo a meia altura, não dando chance ao quiper Ladel de tentar a defesa.
Mesmo atrás no placar, o elenco visitante aumentou a intensidade ofensiva, principalmente pelo lado esquerdo do seu ataque onde levava vantagem em quase todas as jogadas por aquele setor, pois o lateral direito Mauro estava vindo de contusão e sem um condicionamento físico adequado era batido facilmente pelo ponteiro esquerdo do time da cidade Princesa dos Campos.
Aos 18 minutos, em uma cobrança de um tiro de canto pelo ponta esquerda Alfonso, o miolo de zaga do tricolor avahiano cortou a trajetória da pelota que foi de encontro ao atacante Wilson, na entrada da grande área, que acertou um sem-pulo sensacional mandando bola para o fundo das redes do goleiro Sergio Nei que ficou estático sem nada poder fazer. Com a igualdade no placar, o adversário visitante se entusiasmou e passou a imprimir uma maior velocidade no seu sistema ofensivo, quando aos 38 minutos o avante Wilson efetua um cruzamento para dentro da pequena área e o zagueiro central Schavalla, em um lance infeliz, joga contra o patrimônio e faz um gol contra. Com o escore em 2 a 1 para a Pontagrossense, o juizão de forma equivocada encerra a primeira etapa aos 42 minutos.
No retorno para o segundo tempo, o treinador Valdir Alliot sacou Mauro e lançou Pedro Scheibe no setor direito de sua defensiva. No seu ataque tirou Luizinho e Garrincha colocando em seus lugares Betinho e Nicola, respectivamente. Com a cozinha organizada e a linha de frente mais técnica, o Avahi partiu para o ataque e, logo aos 04 minutos, o ponta de lança Farias em uma jogada magistral, deixa o meia atacante Betinho cara a cara com o gol, não tendo trabalho para empatar o cotejo.
Tendo sofrido o gol de empate, a equipe da Pontagrossense fez de tudo para conseguir o tento da vitória não logrando êxito, porque a equipe da casa bem postada defensivamente, garantia que a cidadela do guapo Sergio Nei não fosse batida. E ficou nisso, o clássico terminou empatado em 2 a 2.
Após a partida, os atletas e diretores da equipe visitante rasgavam elogios ao time tricolor avahiano, que mesmo sendo uma equipe amadora, diziam eles, faria frente a qualquer time profissional.
Se destacaram nesse confronto os atletas Farias, Chila e Schavalla, pelo Avahi. Pelo time de Ponta Grossa destacaram-se Nilo Gomes, Wilson e Paulista.
O esquadrão da casa formou com: Sergio Nei, Mauro (Pedro Scheibe), Schavalla, Valmor, Beto Cachorro, Rotta, Ferreira, Garrinha (Nicola), Luizinho (Betinho), Farias e Chila.
Jogaram pelo quadro visitante: Ladel, Gracindo, Cláudio, Nilo Gomes, Sereno, Eduardo, Paulista (Ciro), Wilson, Netinho, Cafuringa (Léo) e Alfonso (Duda).
