O jogo amistoso era na cidade de Mallet. A equipe do Ferroviarinho, logo cedo, embarcou no trem e seguiu com destino à cidade. A partida de futebol realizada no início da tarde transcorreu normalmente. Após o jogo, os atletas foram participar da tarde dançante organizada para eles, em um salão perto do campo.Terminado o “rala coxa”, o pessoal se dirigiu para a estação ferroviária e ficou no aguardo do trem que vinha de Ponta Grossa e, segundo informações, estava atrasado em mais ou menos uma hora. Então, foi comprado em um bar perto da estação uma garrafa de Crush (refrigerante) e uma de cachaça, que foram misturadas, e todo mundo foi para o “trago”. Era visto que após o pessoal encher o “piquá” alguma besteira seria feita. Perto da estação tinha uma residência e nos fundos do terreno, que fazia divisa com os trilhos, havia uma patente (privada). Não se sabe quem foi que arrumou um arame e amarrou a patente ao trem que acabara de chegar. Quando o comboio partiu, derrubou e arrastou a patente até ela se desmantelar em pedaços. Pelas janelas, dava para ver o proprietário com as mãos levantadas e aos gritos pedindo para o trem parar.
Durante a viagem de retorno, o medo tomou conta dos autores da barbaridade e foi um silêncio só. O pessoal percebeu que a “cagada” feita poderia trazer complicações. Por isso, antes mesmo que o trem chegasse e parasse na estação de União da Vitória, os atletas do Ferroviarinho saltaram e, foi essa atitude que fez com que eles conseguissem se safar da malvadeza feita, até porque, a polícia já estava na espera.Tinha sido avisada pelo agente da estação que havia recebido uma mensagem via telégrafo lá da cidade de Mallet.