DEZOITO ANOS DE UM FEITO INÉDITO

DEZOITO ANOS DE UM FEITO INÉDITO

Como sou bairrista e valorizo o feito das pessoas, tenho o maior prazer em despender um pouco do meu tempo para relatar feitos da gente da nossa terra. Alguns dizem que quem vive de passado é museu. Eu contesto essa frase, dizendo, quem construiu uma história de vitórias merece ser lembrado. Estas palavras acima citadas, são para dar início a um relato de fatos que aconteceram no final da década de 1990, mais precisamente em fevereiro de 1999, que foi a conquista do Campeonato Mundial dos Trabalhadores na categoria de futebol de salão, hoje conhecido como futsal.

Após ter sido campeã paranaense e sul brasileiro, a equipe da Madeireira Miguel Forte ganhou o direito de representar o Brasil no campeonato mundial que seria realizado na Bulgária, país situado no sudeste da Europa. Juntando forças com o Sesi, a Empresa não mediu esforços para que os atletas tivessem todas as condições de representar as nossas cidades, Paraná e Brasil no longínquo País onde o inverno rigoroso se fazia presente à época. Cabe lembrar que o futebol de salão de nossas cidades era de ótima qualidade técnica, diferente de hoje, relegado a segundo plano por quem comanda o esporte.

Com o passaporte nas mãos, muitos dos nossos atletas estavam apreensivos, pois pela primeira vez viajariam de “asa dura” e andariam em terras estrangeiras, sendo que, o idioma diferente e a alimentação eram preocupações constantes.

Viajando de Van a nossa delegação se dirigiu até a Curitiba. De lá até a capital paulista o voo foi rápido (330 km). De São Paulo até aos Alpes Suíços (Zurique, 9.600 km), onde fizeram escala, até a chegada em Sófia foram mais 1600 km de viagem. Segundo informações dos atletas foram mais ou menos 36 horas viajando até chegar ao destino da competição, perfazendo um total de 11.550 km de viagem.

Um, entre os muitos fatos hilários da viagem, foi que um dos atletas viajou em pé no fundo do “bicho voador”, segundo dizem, o guri estava se cagando de medo.

Com a participação de oito países divididos em duas chaves de quatro, a equipe Miforte conseguiu o feito máximo ao ser campeã invicta. Resultados dos jogos na primeira fase:

Miforte 6 x 4 Dinamarca

Miforte 3 x 0 Bulgária

Miforte 2 x 0 Holanda

Na decisão contra a equipe da Rússia, que tinha sido vencedora da outra chave, a equipe de Porto União da Vitória venceu de virada por 3 a 2.

Um dos destaques do referido campeonato foi o atleta Kiko, que foi escolhido como o melhor da competição. Também tivemos o atleta Everson Sagui Mercedinho como artilheiro com 6 gols.

Composição da Equipe:

Buiú, Jorginho, Luizinho Cruz, Kiko, Edson Andreoli, Juninho Gohl, Everson Sagui, Gilson Chagas, Marcinho e Dongo.

Treinador e diretor: Melo

O atleta mais experiente era o Luizinho Cruz, bem como, o mais novo o Juninho Gohl.

O Luizinho Cruz era o capitão da equipe e cedeu a braçadeira para o Juninho porque ele era o único jogador que dominava o idioma inglês.Fatos da viagem:

Por pouco alguns atletas não puderam jogar, pois, tiveram a ideia de brincar sem camisa com bonecos de neve e ficaram gripados.

A alimentação era a base de sopa, pois, carne naquele rincão era uma raridade. Teve atleta que emagreceu até oito kg.

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