ABATE NO PAIOL

ABATE NO PAIOL

Coisas da bola

Coisas da bola são relatos de fatos vividos por mim, histórias contadas por amigos e outros frutos da minha imaginação.

Qualquer semelhança será puro acaso.

“Jair da Silva Craque Kiko”

 

Já na sexta-feira a ansiedade tomou conta de mim. A decisão do campeonato seria no domingo e, em conversa com meu colega,  que fazia dupla de zaga comigo,  fiquei sabendo que ele não viria jogar porque surgiu a oportunidade de ele realizar o que mais desejava naquela época. Implorou-me  para não contar para o treinador e me prometeu que revelaria só para mim o motivo do não comparecimento ao jogo. Não contei, o amigo não veio para a partida, perdemos e ficamos com o vice-campeonato.

Na segunda-feira, cedinho, fui até a loja de materiais esportivos, na qual o amigo trabalhava como vendedor. Ainda com bronca do meu colega zagueiro por ter perdido o campeonato encontrei-o com o olhar de maior felicidade. Após breve papo fomos para os fundos da loja para conversarmos, era final de mês e segunda-feira, portanto o movimento de fregueses era mínimo.

Contou-me ele que tinha o maior tesão por uma menina e ela mesmo sendo noiva vivia se insinuando. Só que na hora do “vamo vê” ela pulava fora. Então, diante da dificuldade de executar a periquita da guria ele bolou um plano que só teria chance de êxito naquele domingo da decisão, por isso não foi jogar. Disse-me que um outro colega, dono de uma chácara que era pouco utilizada e que continha um paiol velho, emprestou-a para ele naquele final de semana. De posse da chave da porteira de entrada, ele fez os preparativos para o “abate”. Fez uma instalação elétrica provisória no paiol velho, levou um colchão de palha que tinha em casa, enfim deixou tudo preparado.

Na boca da noite de sábado encontrou-se com a menina conforme o combinado. O noivo estava viajando e eles poderiam conversar. A tão desejada menina entrou na Brasília amarela e pediu que ele encostasse num lugar discreto para não serem vistos, afinal, ela era compromissada e ele também. Arreto vai, arreto vem, encostar a mão lá nem pensar. Com cara de bravo, o amigo ligou o veículo e prometeu que ia leva-la para casa. Nem imaginou ela que era para a casa dele naquela noite, o paiol velho da chácara. No trajeto, ela começou a reclamar, mas diante das ameaças de deixá-la na estrada ela ficou quieta.

Já com o carro estacionado diante do paiol, o amigo levantou o capô, puxou os fios de luz que tinha preparado com garras nas extremidades e ligou nos terminais da bateria, e então, fez-se a luz. Com o paiol iluminado, outro problema se fez presente. A menina não queria descer do carro. Mas, diante das ameaças, ela desceu e se sujeitou a receber carícias, até porque o silêncio só era quebrado pela brisa de vento na mata. Com um arreto limitado a pequenas carícias nas orelhas, o meu amigo quase louco, contou-me, agarrou com força a marreca dela. Então, disse-me ele, o mundo desmoronou em alegria. Ela se entregou totalmente e passaram toda a noite daquele sábado e o dia todo do domingo furunfando naquele colchão de palha. Só tinha uma coisa que o meu amigo não conseguia entender. Como pode uma cavala daquela, noiva, ser ainda virgem. Segundo ele, os “três dela” foram tirados naquela noite. Diante do ótimo final de semana somente na segunda-feira na parte da tarde é que a ficha caiu quando as ameaças de sua mulher e do noivo da moça começaram, pois tinham descoberto que ele não tinha ido pescar e a noiva tinha sido desvirginada. Então houve mais uma separação e um noivado desfeito no Brasil.

 

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