Tentando galgar degrau por degrau, para voltar ao lugar de onde jamais deveria ter saído, que é a divisão de elite do futebol profissional paranaense, nesta tarde de domingo, 13, no Noroeste do estado, o esquadrão da Pantera Azul dourada adentrou ao palco verde para tentar sacramentar o acesso à segunda divisão. Expectativas mil, muito “disse e me disse” nos bastidores, até porque, os antecedentes da A.C. Paranavaí quando atua em seus domínios, são de muita pressão, dentro e fora das quatro linhas, tanto é, que uma proteção policial foi solicitada ao elenco iguaçuano.
Com o sol não tão escaldante, mas com um mormaço de suar na sombra, sem fritar a moleira da boleirada, os esquadrões foram para o combate e fizeram um duelo digno de grandes, com várias viradas no placar.
Como se esperava, o quadro da ACP iniciou fustigando, mas encontrou no onze de fora, um esquadrão que não iniciou peleando com a tabela embaixo do braço, e também pressionava. Tendo na sua linha de frente dois extremas lépidos, Eto’o e Fabinho, o comandante técnico Richard Malka apostava na velocidade de ambos.
Até os 17 minutos, o A.C. Paranavaí pressionava, mas deixava brechas na sua cozinha e, a Pantera começava à mostrar as suas garras. Sem se preocupar com o escore agregado que lhe era favorável, bem distribuído dentro das quatro linhas e com os beques bem postados, conscientes, nas roubadas de bola, a turma iguaçuana saia em contra golpes acelerados. E num deles, aos 23′, em uma triangulação pelo centro, próximo da meia lua da grande área, Eto’o deu um chapeuzinho em um beque e acabou levando um rapa. Em cima do lance, incontinenti, sua senhoria, o mediador, mandou colocar a redonda na marca da cal, pênalti inconteste. Arrematando firme, à meia altura, o avante Giancarlo não deu chance para o guarda valas, a não ser, de ir buscar a peca que tinha ido nanar no fundo do seu arco, 1 a 0 para os visitantes. Com a marcação dessa falta máxima, que originou o tento que inaugurou o marcador, alguns boleiros mandantes começaram a ficar nervosos e começaram a reclamar e discutir, também, entre si, obrigando que o homem do referee colocasse sua mão no bolso e começasse a presenteá-los com cartões na cor ouro.
Até aos 31′, a Pantera desfilava meio soberana e, os dianteiros do Paranavaí, já recuperados do golpe pelo tento tomado, começavam a fazer uma “leve fumaça”, principalmente em bolas centradas na zona de perigo iguaçuana, mas que eram despachadas para longe dali, afinal, a zaga tinha que zagueirar.
Em uma das raras vezes que conseguiu pelear com a redonda no chão e, visitando a cozinha do Iguaçu, o Paranavaí, após uma cochilada da “becaria” contrária, chegou à igualdade no escore, através do tento de Welton, aos 40 minutos. E, ficou nisso a primeira metade, 1 tento a 1.
Correndo atrás para tentar tirar a diferença agregada, como se imaginava, o Vermelhinho do Noroeste, sem outra opção, na segunda metade se mandou todo para sua vanguarda. Pressionava com lances concatenados, mas encontrava pela frente um esquadrão brioso, que novamente em uma estocada rápida, aos 25′, Bruninho ampliava para 2 a 1, deixando o onze de União da Vitória com um pé na classificação para o cesso e para a final.
Não se dando por morto, o Paranavaí foi em busca do empate e, aproveitando que o áureo cerúleo se retraiu e começou a atuar com o regulamento embaixo do sovaco, conseguiu chegar novamente à igualdade aos 29′, através de Sandro e, virar o placar para 3 a 2 aos 33′, com o tento de Rilber. Faltava um tento ainda, que levaria a decisão do acesso para a cobranças de penalidades máximas, tento esse que não aconteceu porque o guapo Douglas fez a milagrosa e portentosa defesa garantindo a classificação da Pantera Azul Dourada, isso já ao 48 minutos. Numa pressão total nos minutos finais, o Paranavaí centrava a pelota na zona do agrião, mas bem postados, a zagueirada, mesmo com as cabeças já inchadas de tanto limpar a área, garantiam a cidadela do seu arqueiro. Com os acréscimos esgotados, levantando ao mãos para cima, num gesto de muitos, o juizão encerrou o cotejo. Mesmo com a derrota na contenda por 3 a 2, mas pelo escore agregado de 4 tentos a 3, o acesso à segunda divisão já está carimbado, só que a Pantera quer mais, o título do certame.
Foi escolhido como o melhor contendor iguaçuano, o arqueiro Douglas por ter feito a defesa que garantiu o acesso.
Com o tão almejado triunfo já conquistado, a Associação Atlética Iguaçu parte agora em busca do título do certame. Porfiará com o Verê F.C., sendo que o duelo de ida acontecerá nesta quarta-feira, 16, às 15;30 horas, em pleno palco verde do Estádio Municipal Antiocho Pereira.
Ficha técnica da refrega
A.C. Paranavaí 3 x 2 Associação Atlética Iguaçu.
Estádio Waldomiro Wagner – Paranavaí – PR – 13 de dezembro de 2020 – domingo.
Mediador: José Mendonça da Silva Junior (Curitiba – PR). Auxiliado por:José Luiz Severo (Pinhais – PR) e Ideidy Henrique Costa (Londrina – PR).
Renda – portões fechados ao público devido a pandemia.
Tentos: Para o A.C. Paranavaí: Welton (40′ 1°), Sandro (29′ 2°) e Rilber (33′ 2°) . Para o Iguaçu: Giancarlo (23′ 1° – pênalti) e Bruninho (25′ 2°).
Cartões amarelos – Iguaçu: Bruninho. Paranavaí: Cleberson, Hiago, Cleverson, Vitor Hugo e Caio.
A.C. Paranavaí: Cleverson, Márcio (Ricardo Henrique), Hiago (Felipe), Vitor Hugo, Welker (Edinaldo), Leonardo (Edgar), Cleverson, Caio Mendes (Sandro Lúcio), Rilber, Welton e Luan. Técnico: Rafaael Octaviano de Souza,
Associação Atlética Iguaçu: Douglas, Adriano Lara, João Neto (Leo Gaúcho), Gil, Taigor, Mancha, Euler, Vinícius (Cristian), Eto’o (Ângelo), Fabinho (Bruninho) e Giancarlo (Guilherme). Técnico: Richard Malka.
Foto – Rafael Diego.