Naquele 27 de novembro de 1971, o caçula do campeonato paranaense iria correr atrás da sua primeira vitória na competição. O palco todo preparado, circundado por uma massa de torcedores que ao longo da competição se mostrou fiel e fanática, prenunciava um grande espetáculo. Vindo de um empate(em casa) e uma derrota (fora de casa) a Pantera Azul Dourada, receberia em seus domínios o esquadrão do Jandaia. Tendo uma semana bastante trabalhosa, os atletas comandados por Paulo Alves vieram para esse cotejo com somente um intuito, vencer e vencer.
Desde que sua senhoria, Genésio Chimentão, o mediador do cotejo, autorizou o início do embate, o que se viu foi o quadro iguaçuano fustigando o seu adversário. Acuado em seu campo defensivo, a equipe de Jandaia do Sul não conseguiu ver a cor da redonda nos primeiros quarenta e cinco minutos, tanto é, que não conseguiu nenhuma vez chegar até a meta do goleiro do amarelão. Mesmo tendo domínio total e perdendo várias chances de abrir a contagem, somente aos 39 minutos da primeira metade, naquele que seria o lance mais bonito da partida, o centroavante iguaçuano Joaquim, após receber a deusa branca na entrada da grande área, deu um chapéu em um defensor e passou por mais dois adversários e, antes de concluir o lance também driblou o guarda metas decretando a abertura do placar. A espera dos torcedores iguaçuanos pela primeira vitória não poderia ter um início melhor, com um golaço do tanque Joaquim, as bandeiras que até aquele momento não tinham deixado de tremular, tremularam com mais intensidade ao som cantado pelos torcedores: Iguaçu, Iguaçu, Iguaçu…
Terminando a primeira etapa em vantagem, os comandados de Paulo Alves retornaram para o tempo complementar com mais fome de gols e, já no primeiro minuto, após um cruzamento de Dito Cola, o meia atacante Duda, bem colocado na pequena área, testou para o fundo das redes do arqueiro jandaiaense ampliando o escore para 2 a 0.
Com a vantagem no placar, o elenco do Iguaçu recuou propiciando que o Jandaia crescesse no jogo e começasse a dominar as ações, quando aos 18 minutos o ponta de lança Davi, recebeu livre de marcação e fez o gol para o time do norte central paranaense. Com a feitura do primeiro tento, agora quem continuava a fustigar o seu adversário com mais intensidade era a equipe do Jandaia. Em um belo lance, o ponteiro direito jandaiense driblou como quis o lateral esquerdo Santos e arrematou com força, a pelota foi beijar o poste esquerdo do arqueiro iguaçuano Jorge.
Vendo que seu quadro estava sendo dominado e a equipe contrária estava prestes a empatar o prélio, o treinador do Iguaçu fez duas alterações. Substituiu o atacante Sidnei pelo prata da casa Chila. Também sacou o ponteiro direito Osmar colocando em seu lugar o Reinaldo que atuou na lateral direita em lugar de Jorginho que passou a atuar na ponta direita. Com essas alterações, o time da casa passou a equilibrar as ações e em uma bela jogada do ponteiro Chila, aos 35 minutos, passa por dois adversários e arremata a meia altura. O guapo do Jandaia rebateu e a pelota caiu nos pés do tanque Joaquim que ampliou o placar para 3 tentos a 1.
Sem dar nenhum acréscimo no tempo regulamentar, o árbitro encerrou a contenda e a Associação Atlética Iguaçu conseguia a sua primeira vitória no campeonato paranaense.
Fato hilário
Um repórter de pista de uma emissora de nossas cidades, quando foi entrevistar no vestiário os atletas da equipe do Jandaia, disse: Nós estamos diretamente dos” Cabarés da Gandaia” em vez de Camarins do Jandaia.
Ficha técnica do cotejo
Associação Atlética Iguaçu 3 x 1 Jandaia
Estádio do Ferroviário – 27/11/1971
Árbitros – Genésio Chimentão
Auxiliares – Anásio Santana e Celso Inocente
Gols do Iguaçu – Joaquim (02) e Duda (01)
Gol do Jandaia – Davi (01)
Quadro do Iguaçu
Jorge, Jorginho, Nire, Edgar Lopes , Santos, Índio, Dito Cola, Osmar (Reinaldo), Duda, Joaquim e Sidei (Chila).
Quadro do Jandaia
Irio, Resende, Miguel, Hélio, Rogério, Azeitona, Oreco (Taquinho), Wilsinho (Toninho), Servilho, Davi e Nilton.