A.A. IGUAÇU 01 X 01 CORITIBA – 10/02/1972
Enfrentando em casa o principal esquadrão paranaense, o escrete iguaçuano não se intimidou e apresentou um futebol em igualdade de condições. Tanto é, que começou a peleja jogando em cima da equipe coxa branca e, aos 17 minutos da primeira metade, o Tanque Joaquim recebeu um lançamento primoroso e em velocidade arrematou por cima do arqueiro Célio que demorou para sair da meta e tentar interceptar o balão de couro. A “deusa branca” foi beijar o fundo das redes onde se aninhou, gol do Iguaçu. Mesmo vencendo por 01 tento a 00, na primeira etapa houve um equilíbrio nas ações, principalmente porque o setor defensivo do áureo cerúleo não dava chances para os atacantes do time da capital, que pressionavam insistentemente e porque o setor de criação, meia cancha do time da casa, quando detinha a posse da pelota, municiava o ataque que em estocadas rápidas levava sério perigo ao arco guarnecido pelo camisa 1 do auri verde da capital.
Para a etapa completar, o elenco do Alto da Glória voltou ao gramado disposto a virar o placar, mas seus avantes encontraram muitas dificuldades, pois o bom posicionamento do setor defensivo iguaçuano, que apoiado pelo maior público de torcedores até aquela data, estava levando vantagem em todos os combates. Vendo a derrota eminente, o capitão Hidalgo lançou-se ao ataque e comandou seus companheiros para que pelo menos buscassem a igualdade no placar. Seu intento foi alcançado no apagar das luzes, aos 42 minutos, quando o ponteiro direito Leocádio em completo impedimento, recebeu um cruzamento e de cabeça arrematou para o fundo da meta guarnecida pelo guapo Jorge. Esse gol só foi tomado devido a expulsão inexplicável do meia Kide, porque a partir daí, o ponteiro Duda passou a atuar pelo meio, deixando espaço para que o lateral direito coxa branca, Marinho, jogasse mais ofensivamente, tanto é que fez o cruzamento para o gol de empate do Coritiba.
Como já tinha sido questionado pela diretoria e imprensa no jogo anterior na cidade de Londrina, o treinador Paulo Alves já começava a balançar no cargo, pois de forma geral, foi visto como o principal culpado do empate com o time da capital. Muitos comentavam que foi um empate com gosto de derrota.
Um outro fator que influenciou decisivamente no resultado foi a atuação do apitador Alceu Conerado, que perdeu-se em várias jogadas e foi o principal culpado não assinalando a posição de impedimento, pois o ponteiro Leocádio estava tomando banho na banheira quando fez o gol de empate, além de que, expulsou o meia campista do Iguaçu, Kide, sem nenhuma justificativa. Dizem que já veio apitar com a grana no bolso. Tanto é, que na saída do estádio quase foi agredido, se safou devido a intervenção policial, porém levou no lombo alguns blocos de gelo. Quando se deslocava de Kombi para a capital paranaense, na altura da localidade de Rondinha, mais ou menos 20 km de União da Vitória, teve seu veículo interceptado e levou vários cascudos.
Ficha técnica do confronto
A.A.Iguaçu 01 x 01 Coritiba
Estádio do Ferroviário – União da Vitória – 10/02/1972
Juiz – Alceu Conerado
Renda – Cr$ 20.000,000,00
Esquadrão da A.A. Iguaçu
Jorge, Bugrão, Zé Mário, Nire, Santos, Índio, Dito Cola, Jorginho (Chila), Kide, Joaquim e Duda.
Gol – Joaquim
Quadro do Coritiba
Célio, Marinho, Piloto, Cláudio, Nilo, Hidalgo, Renatinho, Leocádio, Hélio Pires, Paquito (Reinaldinho), Dirceu ( Eloir).
Gol – Leocádio.