ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA IGUAÇU – DEBUTANDO NO PARANAENSE

ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA IGUAÇU – DEBUTANDO NO PARANAENSE

Coisas da bola

Coisas da bola são relatos de fatos vividos por mim, histórias contadas por amigos e outros frutos da minha imaginação.

Qualquer semelhança será puro acaso.

“Jair da Silva Craque Kiko”

Enfim, foi dada a largada do tão esperado Campeonato Paranaense de Futebol Profissional  do ano de 1972. Debutando na competição, a Associação Atlética Iguaçu já sentia, mesmo na véspera da estreia contra o Pinheiros, a discriminação de certos órgãos da imprensa da capital que chamavam em tom pejorativo o campo do Ferroviário de “picadeiro” e impunham a alcunha de “Catapora” ao caçula da competição. Mesmo correndo contra tudo e todos a Pantera Azul Dourada estreou com o Estádio Enéas Muniz de Queiroz totalmente lotado tendo a maior renda da rodada, Cr$ 12.130,00.

Às 15:30 horas daquele dia 14 de novembro de 1971, a sua senhoria Plínio Duenas, mediador daquele embate que ficaria para a história, apitou dando a largada para aquele que foi um sensacional cotejo futebolístico. O Iguaçu começou a todo vapor e fustigou a equipe da capital até aos 04 minutos da primeira metade, criando nos torcedores uma ótima expectativa que logo em seguida levaria um balde de água fria. Em sua primeira ida ao ataque, através de uma cobrança de um tiro esquinado, a equipe visitante derrubava a cidadela do arqueiro iguaçuano Jorge. Com uma cobrança rápida e sob medida, o ponteiro Zé Roberto alçou a redonda e encontrou o avante Madureira em condição privilegiada, solto de marcação, que testou e mandou a pelota beijar o fundo dos cordéis do guapo azul dourado. Com um a zero no placar, a equipe pinheirense passou a ditar as normas da peleia, obrigando o treinador iguaçuano Paulo Alves, já aos 25 minutos efetuar uma substituição e mudança tática radical em seu elenco. Sacou o ponteiro direito Gentil que não estava bem e colocou em seu lugar Reinaldo que foi para a lateral direita no lugar de Jorginho. Jorginho foi atuar no comando de ataque em lugar de Bugrão que se deslocou para a ponta direita. Com essas alterações o quadro da casa passou a dominar o confronto, mas sem ameaçar o arco contrário. A primeira metade terminou com o escore de 1 a 0 para o Pinheiros.

O Iguaçu voltou para o segundo tempo mandando no prélio, mas aos 09 minutos, em uma jogada tramada pelo lado direito do ataque do Pinheiros, novamente Zé Roberto alçou a redonda na área e encontrou o ponta de lança Nei, que sem dificuldade nenhuma amplia o placar para 2 tentos a 0.

Jogando em casa com o Estádio totalmente lotado e empurrado pela massa torcedora, os atletas iguaçuanos não tiveram outra opção senão pressionar ainda mais, pois o placar mesmo adverso, não condizia com o domínio dentro das quatro linhas, o Iguaçu estava superior.

Aos 18 minutos, em uma rara jogada de apoio ao ataque, o lateral esquerdo Santos acertou um tirambaço que foi beijar o travessão e, na volta a peca caiu nos pés do ponta de lança Duda que não teve trabalho difícil e fez o primeiro gol do time da casa.

Aos 26 minutos alguns torcedores do time da Vila Guaíra (Pinheiros) jogaram algumas garrafas em campo fazendo com que o apitador interrompesse e ameaçasse encerrar o jogo. Resolvido o problema a bola voltou a rolar e, aos 33 minutos, novamente o lateral Santos desferiu um rojão da intermediaria do seu ataque. A redonda foi beijar o poste direito do guapo Amauri, e na sobra, Bugrão domina no peito e desfere uma bomba para o fundo das redes decretando o empate.

Melhor na partida, o áureo cerúleo continuou fustigando em busca da vitória não conseguindo o seu intento. Aos 45 minutos, sem acréscimos o mediador encerra a contenda. Com esse empate, que foi considerado como uma vitória devido às circunstâncias, a forma de ver e julgar o elenco iguaçuano mudou na concepção dos torcedores e imprensa curitibana, pois percebia-se que era um gigante que nascia.

Para esse debute no campeonato paranaense, iniciaram pela Associação Atlética Iguaçu: Jorge, Jorginho, Zé Mário, Nire, Santos, Índio, Dito Cola, Gentil, Duda, Bugrão e Chila.

Entrou ainda na primeira metade: Reinaldo no lugar de Gentil.

Apitou, com péssima atuação o Sr. Plínio Duenas. Foi auxiliado por Orlando Sabotto e Edson P. Campos com atuações regulares.

Nesse embate, o atleta ponta de lança iguaçuano Duda, foi escolhido pelos cronistas esportivos das três emissoras de rádio de Porto União da Vitória como o melhor em campo. Foi presenteado com um troféu ofertado por cada emissora.

Um fato lamentável foi que durante o jantar após o jogo, no Clube Concórdia, um diretor da equipe do Pinheiros, desgostoso com o resultado da partida começou a discutir com um atleta e passou a agredi-lo.

Obs: O Campeonato Paranaense de 1972 teve seu início em 14 de novembro de 1971.

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