Após tantas reivindicações e sentindo a necessidade de iluminação em seu campo, Estádio Enéas Muniz de Queiroz, o presidente da Associação Atlética Iguaçu, resolveu fazer uma campanha para angariar fundos, visando atender os anseios dos torcedores e equipe. De posse dos recursos financeiros, o projeto foi executado como manda o figurino. Vários testes foram feitos e tudo estava funcionando normalmente.
No primeiro treino noturno, um dia antes da inauguração, quando acenderam o sistema de iluminação o gramado ficou uma penumbra só. O campo mais parecia uma boate, todos os holofotes acenderam só que estavam desregulados. Diante do fato, a inauguração foi cancelada. A suspeita de sabotagem estava no ar. Nas noites subsequentes a novos testes, quando eram acesos, os refletores novamente apareciam desregulados. Colocaram, então, pessoas de plantão, escondidas, para pegar os imaginários sabotadores. Nenhum sabotador apareceu. Apareceram sim, curucacas, que vinham passar a noite e sentavam nos refletores.
O que acontecia era o seguinte: Durante a noite um bando de curucacas, que devido ao desmatamento, já naquela época, ficaram sem seu habitat natural, vinham procurar um local para passar a noite, sentavam em cima dos refletores e, movimentavam os mesmos, tirando do campo o foco central da iluminação. Para solucionar o problema foram instalados em cima dos refletores umas travessas, onde as aves pudessem sentar, passar a noite e, não mexer nos ajustes da iluminação.
Assim, no dia 21 de outubro de 1974, o sistema de iluminação foi inaugurado. Um culto ecumênico foi realizado antes da partida e vários diretores e torcedores foram homenageados e agraciados com medalhas pelo então presidente Sr. Osvaldo Forte.
Após as cerimônias de inauguração, a bola correu solta entre a Associação Atlética Iguaçu e Rio Branco de Paranaguá. Um jogaço de futebol. O placar foi de 2 a 0 para a Pantera Azul Dourada. O primeiro gol foi do ponta esquerda Duda, aos sete minutos, através de uma jogada genial. A torcida ainda comemorava, quando o meia atacante Taco, em uma jogada concatenada com todo ataque iguaçuano, aos oito minutos, elevava o placar para dois a zero.
A equipe do litoral paranaense só não foi para casa com um saco de gols, pois seus defensores abriram a caixa de ferramentas e baixaram o cacete nos avantes do Iguaçu.