Zoofer (Zoológico do Ferroviário) e Ceará Veículos protagonizaram um embate digno de dois adversários ferrenhos, onde o equilíbrio de forças tem sido a tônica dos enfrentamentos.

A pugna começou pegada e, pelo que se viu no início, o ponta de lança do Ceará, Samuel Pantera estava com o diabo no corpo e infernizava os zagueiros de área do quadro da casa, Peru e Tucano. O treineiro do Zoofer, que não é bobo, percebeu logo de cara e orientou as duas aves para darem uma “bicada” no felino. Feito isso, as disputas ficaram equilibradas entre os defensores e atacante e, a partir daí,ouve equilíbrio total em todos os setores de campo. O prélio era aqui e lá, especialmente pela correria da boleirada, mas, com jogadas travadas no setor de inteligência, os arqueiros foram poucos acionados e seus arcos ficaram intactos na etapa inicial.

Se estava havendo equilíbrio entre os dois esquadrões, a certa altura, ainda no tempo inicial, houve um princípio de desiquilíbrio entre dois atletas da turma nordestina. Ronilson e Reginaldo Mais Econômica se desentenderam e começaram a discutir. Reginaldo retirou a camisa e ameaçou sair de campo, mas foi contido pela turma do deixa disso. Após afagos entre os dois cabeças quentes a contenda foi reiniciada.

Já perto do crepúsculo da etapa inicial, em um ataque do elenco da bicharada, houve um lançamento do Tartaruga para o avante Tateto que estava se ensaboando na banheira. O bandeirinha Bode Branco acionou o seu instrumento de trabalho marcando a infração. Descontente com a marcação do auxiliar, o avante Tateto ficou possesso e quis ir na lã do Bode. Orientado pelos colegas, que com o Bode Branco a boca é quente,Tateto esfriou a moringa. Amigos do Tateto, para tentar justificar o seu ato, disseram que o mamífero artiodáctilo está com uma cárie na sua presa esquerda o que tem abalado o seu sistema nervoso.

Para a segunda fase, os dois treinadores mexeram em toda a estrutura de seus quadros colocando vários jogadores regra três para atuarem.

Com as mudanças, quem se deu melhor foi o escrete da bicharada, que passou a dominar as ações e, já as 7 minutos abria a contagem. O meia atacante Jaison da Hungria, que acabara de entrar e, por sua experiência internacional, recebeu a redonda na intermediária direita de seu ataque, deu um corte para o meio e desferiu um “pombo sem asa” no ângulo superior esquerdo do quíper cearense fazendo a pelota dormir no fundo das malhas, decretando a abertura no placar.

Novamente, aos 20 minutos, Jaison, após receber um primor de lançamento do Mandi, praticamente cinquenta jardas, entrou em velocidade no costado da zaga adversária, deu um balãozinho no guapo Marcelo e o balão de couro se aninhou no fundo da cidadela.

Com dois tentos de vantagem o time do Zoofer continuava a mandar no cotejo quando aos 30 minutos, Jaison cobrou um tiro esquinado pelo setor esquerdo do seu ataque e, o guarda metas saiu caçando borboletas e, bem colocado na pequena área, Mandi escorou de cabeça fazendo o terceiro ponto zooferiano.

Com três tentos de vantagem o Zoológico do Ferroviário passou a administrar o embate e deu espaço para o adversário que se lançou ao ataque e dominou o clássico a partir daí, obrigando o arqueiro Porco a fazer duas defesas mirabolantes, não deixando que sua cidadela fosse furada.

Sem dar um minuto sequer de acréscimo, o mediador Hernani Bicho Preguiça encerrou a peleja. Foi bem auxiliado por Bode Branco, Jair Chita (primeiro tempo) e Ronaldo (segundo tempo).

Sem sombras de dúvidas os destaques do derby foram Jaison da Hungria e Alisson Mandi, ambos do Zoofer que desequilibraram o combate. Pelo lado do time nordestino, o endiabrado ponta de lança Samuel Pantera e o meia atacante Sandro.

Atuaram pelo Zoológico: Sérgio Porco, Renato Ouriço, Henrique Peru, Célio Tucano, Irian Porquinho da Índia, Edílson Morcego, Xerife Gralha, Euclides Guzula, Zé Pavãozinho e Édino Tateto.