ESTÁDIO ANTIOCHO PEREIRA – A SUA HISTÓRIA – REINAUGURAÇÃO

ESTÁDIO ANTIOCHO PEREIRA – A SUA HISTÓRIA – REINAUGURAÇÃO

Em 02 de agosto de 1921 através da lei municipal n° 87 foi concedido ao União E.C. uma área de terra medindo 200 metros de comprimento por 150 metros de largura, à margem esquerda do Rio Iguaçu, à Rua Coronel Amazonas, para seu campo. (Cleto da Silva, “Apontamentos Históricos de União da Vitória” 1768 – 1933).

Tendo como principais baluartes as famílias Lima, Huergo, Feijó, Chila e também a pessoa de Jofre de Oliveira Cabral, no decorrer dos anos o União E.C. investiu no seu patrimônio construindo um campo que foi palco de grandes embates do nosso futebol amador.

No ano de 1967 a diretoria lançou um projeto de títulos patrimoniais visando recursos para construir um moderno Estádio de Futebol. Tal projeto levou o nome Empreendimento União Construção Estádio e era baseado na venda de 10.000 títulos patrimoniais a serem pagos em 30 meses. Para estimular a venda e o pagamento em dia, seria sorteado no segundo sábado de cada mês um veículo zero km juntamente com outros prêmios. Os idealizadores e administradores de tal projeto eram pessoas de outras cidades que se comprometeram a passar para o União E.C. 24% do total dos títulos vendidos para que se construísse o seu Estádio.

Tão logo foram iniciados os trabalhos de construção do estádio, foi publicado pelo novo presidente da república o decreto lei federal que proibiu o funcionamento de sorteios. Com tal proibição, os cidadãos que exploravam os sorteios deixaram de repassar o percentual das vendas, ficando o União E.C com um crédito de Cr$49.000,00 (quarenta e nove mil cruzeiros). Vale salientar que os cidadãos, simplesmente desapareceram sem pagar o clube. Tentando solucionar o problema, a diretoria do União E.C. em 31 de julho de 1971 enviou correspondências para o digníssimo Presidente da República – General Emílio Garrastazu Médici para que intercedesse junto ao Ministro da Justiça para providências (ver carta  em nexo). Também foi enviada correspondência para o governador do Estado do Paraná, Paulo Cruz Pimentel em 30 de setembro de 1970 tentando um aporte financeiro no valor de Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros) para possibilitar a reintegração nas atividades esportivas normais (o clube se licenciou da LERI em 1969). Pelo que se sabe as cartas não surtiram efeito.

Com a empolgação e o advento do futebol profissional através da Associação Atlética Iguaçu em 1971, e por dificuldades em manter o patrimônio esportivo, cogitou-se então uma fusão do União com o time profissional através de uma Assembleia Geral Extraordinária realizada em 24 de agosto de 1972. Tal fusão só não aconteceu porque o presidente da Associação Atlética Iguaçu, Ricado Gianordoli, não aceitou, seguindo uma recomendação da Federação Paranaense, que orientava que naquele momento não era conveniente mudar o nome do time profissional.

Mesmo sem a fusão dos times, de forma unânime e de mão beijada, o Estádio Antiocho Pereira que estava com as obras paradas, foi cedido para a Associação Atlética Iguaçu, onde esta Associação se comprometia a construir um moderno estádio para a prática futebolística. Caso a Associação Atlética Iguaçu encerrasse ou suspendesse as suas atividades o patrimônio retornaria ao União E.C.

Em 07 de junho 1977, alegando não ter condições financeiras para construir o estádio e para proteger o patrimônio devido várias ações na justiça onde atletas tentavam receber vencimentos não pagos, a Associação Atlética Iguaçu devolveu o Estádio ao União E.C. Com a crise financeira e a falta de apoio ao futebol amador, o União não tinha mais condições de administrar o seu patrimônio e, através de uma nova Assembleia Geral Extraordinária, em 13 de junho de 1977, doou para a municipalidade de União da Vitória construir, na gestão do então prefeito municipal Gilberto Francisco Brittes, que também era presidente da Associação Atlética Iguaçu, um centro esportivo, e que, o União E.C teria direitos, como:

1° – Seus atletas amadores teriam livre acesso e poderiam fazer uso da praça esportiva.

2° – Que fosse destinada ao União E.C. uma sala nas dependências do Centro Esportivo, não inferior a 30 metros quadrados, por tempo indeterminado, livre de quaisquer ônus ou despesas, para ser usada como secretaria, guardar arquivos e troféus conquistados desde 1921.

3° – Por proposição do Srs. Isael Pastuch e Marcos Caus, o Centro Esportivo deveria continuar com o nome de Antiocho Pereira, pois no ano de 1972, parte da imprensa e alguns diretores da Associação Atlética Iguaçu aventaram a hipótese de mudar o nome para Ricardo Gianordoli, mas tal ideia foi rechaçada na época.

Na realidade o União E.C. se desfez de seu patrimônio sem auferir praticamente nada em troca e, a Associação Atlética Iguaçu que ganhou tudo não soube tirar proveito disso. Nos dias de hoje as duas agremiações não possuem nenhum patrimônio.

Com o Estádio pertencente à municipalidade, ao longo dos anos o que se viu no Antiocho Pereira foi puro descaso de alguns, onde este patrimônio, de tantas histórias lindas foi praticamente abandonado. Agora, depois de muitas críticas e, principalmente pela pressão do retorno do nosso querido esquadrão profissional, foram tomadas medidas concretas para a total recuperação desta famosa praça esportiva.

Esse dia 07 de setembro de 2019 deverá ficar marcado como um divisor de águas, principalmente depois de todas as melhorias que foram feitas nessa praça esportiva, onde os beneficiados serão todos os munícipes das cidades irmãs e região.

Várias pessoas que fizeram parte da história do futebol do Iguaçu e do esporte das cidades de Porto União e União da Vitória foram homenageadas. Também foram homenageadas, de uma forma especial:

Joares Marcondes e Nilson Gilson Parise (Nico) – foram homenageados com seus nomes em cabines de rádios para transmissões esportivas.

Dalmir Vargas Estigarríbia (Mica), Durval de Lima, Edgar Fleith e Barulho foram  homenageados com o seus nomes em setores de arquibancadas.

Para abrilhantar as festividades de reinauguração, foi realizada uma partida de futebol entre um selecionado de União da Vitória e Região contra o Máster do Clube Athlético Paranaense.

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