INAUGURAÇÃO DO ESTÁDIO DO SÃO BERNARDO – 1952

INAUGURAÇÃO DO ESTÁDIO DO SÃO BERNARDO – 1952

Para o prélio de inauguração, intermediado pelo seu patrono e presidente de honra, Sr. Bernardo Stamm, foi convidado o bicampeão catarinense de profissionais 1951/1952, o forte esquadrão do América F.C. da cidade de Joinville-SC.

Em uma programação bastante longa, as festividades alusivas à inauguração começaram no sábado. No domingo, um foguetório às 06 horas sacramentava que os “bernardinos” estavam numa festa total. Ás 10 horas foram abertos os portões pelo patrono do Clube, Sr. Bernardo Stamm. Logo em seguida a nova praça esportiva foi abençoada pelo padre Francisco Salache e, logo após, foi hasteada a bandeira da L.E.R.I – Liga Esportiva Regional Iguaçu pelo prefeito municipal de Porto União, Sr. Alfredo Metzler, a bandeira do São Bernardo F.C. pelo capitão do América F.C. de Joinville, Antoninho e a bandeira do América pelo capitão do São Bernardo, Athanazildo Bastos Nogueira. Falou perante a plateia representando o São Bernardo, o Dr. João Farani Mansur Guérios. Ás 12 horas foi servida uma suculenta churrascada para os presentes.

Partida inaugural

Naquele dia 07 de dezembro de 1952, domingo, numerosíssima assistência compareceu para prestigiar o prélio inaugural no novo palco de ludopédio da cidade de União da Vitória, que começou exatamente às 17h25m devido ao forte calor.

Como forma de reforçar o seu quadro nessa contenda, o São Bernardo F.C. utilizou dois atletas cedidos pelo Juventus F. C., João Colita Junior e Edgar Alves (Ratinho).

Melhor dentro das quatro linhas e fustigando bastante na primeira metade do tempo regulamentar, o bicampeão barriga verde só não abriu a contagem logo de cara, devido a péssima pontaria de seus dianteiros, pois a retaguarda do onze da Lagoa Preta não estava dando segurança para o arqueiro Catita. Mesmo sufocado em seu campo defensivo, o alvinegro santista não abdicava de pelear e, em contra ataques velozes através de João Colita Junior e Edgar Alves Ratinho, avantes emprestados do Juventus F.C., também fazia tremer a cozinha americana. Ainda na primeira metade, o placar foi acionado, primeiro pelo alvirrubro joinvilense, que logo em seguida sofria o tento de empate do alvinegro santista.

No segundo tempo regulamentar, o São Bernardo fez aquilo que parecia impossível, derrotar o conjunto americano. Iniciou impondo uma pressão que obrigou o elenco do América a se retrair, pois pelo andar da carruagem, tentava se precaver de uma futura goleada, tanto é, que o esquadrão mandante e festivo triunfou pelo escore de 04 tentos a 03.

Marcha dos tentos

Primeiro tempo:

O dianteiro direito Plácido, que foi o homem da peleja pelo lado dos catarinenses, ao pegar uma sobra de bola, após Nilson falhar tentando limpar a área através de uma bicicleta, desferiu um potente chute de dentro da pequena área e fez um coador da rede, abrindo a contagem para os visitantes. No decorrer da porfia, após um centro para a pequena área, o ponteiro Chiquinho com os olhos abertos, escolheu o canto e testou decretando a igualdade. Placar parcial de 01 a 01.

Segundo tempo:

Em uma concatenada jogada de ataque, o ponta de lança João Colita Junior sofreu um tranco faltoso e, o mediador na hora, colocou a peca na marca da cal. O dianteiro Geolar Palmital executou com perfeição e ampliou o placar para o São Bernardo (02 a 01). Em uma ciscada pela marginal direita de seu sistema ofensivo, Plácido deixou um beque santista sentado e alojou a criança no fundo da meta de Catita, empatando para o América (02 a 02). Logo adiante, Chiquinho, depois de boa arrancada de João Colita Junior, na sobra, arremata num tiro rasante e coloca o Jacaré da Lagoa Preta novamente em vantagem (03 a 02).  Mesmo vencendo, o São Bernardo era só pressão e, de novo, o homem da pugna pelo lado do São Bernardo, João Colita Junior, em um tirambaço cruzado e quase sem ângulo, estufou os cordéis do guapo antagonista, fazendo o tento espirita mais bonito da tarde esportiva festiva (04 a 02). Nos minutos derradeiros, mais uma vez o endiabrado Plácido, derrubava a cidadela de Catita e descontava para o América. Placar final 04 a 03 para o bando do São Bernardo F.C.

Obs: Para alguns torcedores e um jogador remanescente, o placar final da peleja foi de 05 a 02 para o São Bernardo. O que foi relatado aqui, é baseado nas informações da súmula da pugna e em escritas nos Periódicos que fizeram a cobertura do evento à época.

Destaques no confronto

Pelos locais – O arqueiro Catita e sua zaga estiveram bem, destaque para o beque Salla que foi melhor que Zildo. Afrânio, Nilson e Walfrido, falhos no primeiro tempo, mas melhoram muito na fase final. Na linha de frente, Chiquinho e Zago foram duas grandes figuras, cabendo a Palmital, Colita e Ratinho completarem esplendidamente o ataque.

Pelos visitantes – Na defesa, Antoninho e, pelos médios, Vico e Cocada chegaram a impressionar, sendo que Vico, sem dúvida alguma um autêntico craque. O arqueiro Barbosa não convenceu. Currage, Ibraim, Badéco, Gastão, Renê e Zabot, não apareceram, principalmente o último, que precedido de grande cartaz decepcionou completamente. Plácido destoou na linha de frente, lépido e “ciscador” deixou os beques do São Bernardo tontos, tanto é que foi o autor dos três para os seus.

Ficha técnica do encontro futebolístico

SÃO BERNARDO F.C.  04 x 03 AMÉRICA F.C.

Inauguração do Estádio Bernardo Stamm – 07 de Dezembro de 1952.

Mediador – Sr. Cubas de Lima.

Para esse duelo o São Bernardo formou com: Euclides Araújo Catita, Athanazildo Nogueira Bastos Zildo e Salla; Afrânio Bertier, Nilson e Walfrido Soares dos Santos; Chiquinho Peludo, Geolar Palmital, João Colita Junior, Edgar Alves Ratinho e Zago.

Atuaram pelo América: Barbosa, Antoninho e Courage; Vico, Cocada e Ibraim; Plácido, Badéco, Zabot, Renê e Gastão.

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