OS EDUs e EU
A cidade estava em polvorosa. Nos meios de comunicação e bate-papos, o comentário era um só, o jogo que aconteceria entre os veteranos da Associação Atlética Iguaçu e a Seleção Brasileira de Masters, que era dirigida pelo famoso narrador esportivo Luciano do Vale. Jogadores como Rivelino, Luis Pereira, Zenon, Zé Maria, Edu, Edu Bala, Amaral, Eduardo, Rosemiro, Batista e outros mais se fariam presentes.
Era 23 de novembro de 1991. O Antiocho Pereira estava lotado, calcula-se que havia em torno de 15.000 pessoas. E a bola rolou. Atuei na lateral esquerda e o amigo Marmita na direita e não dávamos espaço para o Eduardo e Edu, ponteiros direito e esquerdo respectivamente. Então, o treinador Luciano do Vale resolveu inverter os ponteiros e eu comecei a marcar o Edu. Em uma jogada em que não consegui antecipar, o ponteiro, muito habilidoso, dominou e ia me dando uma meia lua de chaleira. Como último recurso, dei uma peitada e joguei-o na pista de atletismo em frente das arquibancadas. Começou, então, um sururu que logo foi acalmado. Com um pedido de desculpas, solicitei para que ele não fizesse mais graça, senão o pau ia pegar, e ele me respondeu: “Jogou onde você” e deu risada.
Terminado a primeira etapa, fui para o vestiário pensando que no retorno não daria mais chance, chegaria junto em todas as bolas. Começou o segundo tempo e o bicho pegou para mim. Saiu o ponteiro Edu e entrou em seu lugar o Edu Bala. Não achei o homem em campo. Quando pensava em marcá-lo ele já tinha me deixado na saudade. Parecia que o homem tinha um motor no rabo. No terceiro pique que dei, a coxa fisgou e tive de ser substituído. Não sei se foi sorte ou azar. Perdemos de 5 a 1. O bom foi depois, quando jantamos em uma churrascaria e tiramos várias fotos com nossos ídolos.