Naquela sexta-feira levantei bem cedinho, alimentei os galos de briga e os coloquei para tomar sol. Separei o galo índio Branco dos demais e comecei o treinamento dele. Exercícios físicos e massagem nas coxas era o que estava programado. Ele não iria treinar com outro galo, porque no domingo participaria de um torneio na cidade de Palmas. Após o treino, o galo Branco foi colocado em sua gaiola e ficou em concentração.

Domingo pela manhã, eu e meu pai nos dirigimos até a cidade palmense e no rinhadeiro inscrevemos o galo para a competição. No final da tarde, já estávamos com o troféu. A nossa ave, mesmo tendo ficada cega de um olho, foi a que venceu em menor tempo e foi considerada campeã. A taça era bonita e o meu pai era uma alegria só. Mesmo o galo Branco tendo sido campeão, o futuro dele, como acontece sempre em que um galo de briga fica cego, era a panela. E foi. Na segunda-feira o cardápio do almoço foi galo com polenta.

No outro final de semana, eu e meus colegas, todos na fase da adolescência, organizamos um torneio de futebol em um campinho em frente da minha casa. Era uma competição individual de travinha livre. Apareceu uma grande chusma de piás para participar. Sem que o meu pai soubesse coloquei a taça ganha na briga de galo para ser disputada, pois tinha certeza que eu seria campeão. Só que não fui. Outro menino ganhou o torneio e tive que dar a taça. Quando meu pai soube do “feito” ficou possesso comigo. Chamou o menino que tinha ganhado e ofereceu uma taça maior. O menino aceitou e, após eu ter levado uma surra de cinta e ter prometido que nunca mais faria coisa parecida, a situação ficou em paz.

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