TÊNIS DE MESA, E DOS BONS, TEM EM PORTO UNIÃO DA VITÓRIA – UM POUCO DA HISTÓRIA

TÊNIS DE MESA, E DOS BONS, TEM EM PORTO UNIÃO DA VITÓRIA – UM POUCO DA HISTÓRIA

TÊNIS DE MESA EM PORTO UNIÃO DA VITÓRIA

Aproveitando a data deste dia 06 de abril de 2019, onde é celebrada em todo o planeta como o dia mundial do Tênis de Mesa, aproveito para publicar uma matéria sobre essa modalidade esportiva na nossa amada Terra, que muito engrandeceu e levou o nome de Porto União da Vitória aos mais longínquos horizontes.

A década de 1960 foi marcada por muitas atividades esportivas em Porto União da Vitória, atividades essas, que além da socialização, também tiveram muita importância na divulgação dos municípios, principalmente Porto União, pois com o tênis de mesa, começou a se destacar a nível estadual, e a posteriori, nacional. Tudo começou precisamente em 1963 quando foi vice-campeão nos Jogos Abertos de Santa Catarina em Joinville, com os atletas Denis Martins, Erasmo Prestes de Souza e Arno Woeltje. No ano de 1964, nos 5° Jogos Abertos de Santa Catarina que foram realizados em Porto União, também ficou com o vice-campeonato. Tendo como seus principais mentores, Güinter Adolfo Siebeneicher, Carlos Alberto Lupack e Aluísio dos Santos Silva, comandaram a equipe do planalto norte naquela competição que foi o marco para a grande trajetória do tênis de mesa em nossas cidades. Já na década de 1970, praticamente 10 mesatenistas, um melhor que o outro, eram os atletas que defendiam Porto União da Vitória. Tanto é, que em 1971 aconteceriam os Jogos Abertos do Paraná e de Santa Catarina e para possibilitar a participação nos Jogos dos dois Estados, a equipe foi dividida através de uma cambuca, onde foram colocados os nomes dos atletas. Conforme o nome era retirado de dentro da cambuca o atleta estava escalado para o Paraná, em Londrina ou Santa Catarina, em Rio do Sul. Em competições dos Jogos Abertos do Paraná, com os atletas Vilmar Schindler, Ivon Schindler, Júlio Cezar Barão e Jorge Soares, foram vice-campeões.

Em anos posteriores, também devido a grande quantidade de bons mesatenistas, para que um atleta galgasse uma vaga para disputar os JASC, foi realizado um torneio eliminatório com três chaves. Os dois primeiros colocados de cada chave se enfrentariam jogando todos contra todos em doze disputas, uma por mês. Ao final, os quatro melhores colocados estavam classificados para disputar os JASC.

Pode-se dizer com absoluta certeza que dois desses mesatenistas deram a vida por esse esporte, pois no dia 21 de outubro de 1971 tiveram suas vidas ceifadas quando viajavam para a cidade de Rio do Sul para participar dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Viajando em um fusca recém-comprado por seu pai, Günter acompanhado por Carlos Alberto Lupack, sofreram um acidente automobilístico caindo numa pirambeira 15 km antes de chegar ao seu destino. Da tragédia, escapou com vida somente o motorista, seu Adolfo, pai de Günter. Destacaram-se também no inicio dessa modalidade esportiva, entre outros, os jovens atletas Denis Martins, Fernando e Geraldo Olbertz e Júlio Cezar Barão. Nessa primeira fase o tênis de mesa se limitava a competições citadinas e aos Jogos Abertos de Santa Catarina.

Afirma-se com precisão que Porto União teve três gerações que fizeram sucesso no tênis de mesa. A primeira comandada por Günter Adolfo Siebeneicher.  A segunda por Ivon Schindler e a atual sob o comando de Ivo Solanho.

Contrário ao sistema de gerenciamento dessa modalidade esportiva em nossas cidades, em 1980, o jovem atleta Ivon Schindler, criou a Federação Catarinense de Tênis de Mesa, se desvinculando da FAC – Federação Atlética Catarinense que coordenava todos os esportes catarinenses, dando caráter oficial em nível estadual e, mais tarde na Confederação Brasileira de Tênis de Mesa. A partir dessa data, conseguiram grandes realizações, pois contando com os atletas da década anterior, tiveram as incorporações de Ivon Schindler, Olides Millezi Junior, Vilmar Schindler e Celso Toshime, chegando à marca de tricampeões do Estado Catarinense em Jogos Abertos.

Parada por quase uma década, em 1998 a modalidade voltou a ser praticada. Com o retorno dos atletas da década de 1970, entre eles, os irmãos Geraldo e Fernando Olbertz, José Szawernoga, Marcos Lançarin e Jorge Soares Pinto, sob a liderança de Ivo Solanho, um trabalho com novas perspectivas teve seu início perdurando até os dias atuais. Nessa nova empreitada, pessoas importantes como, Dario Kluge, Cesar Godoi e Emerson Paulo Jacobs, gerenciaram tecnicamente os novos mesatenistas. Esses três jovens tiveram papel fundamental no trajeto vitorioso, que com os inúmeros atletas, com suas técnicas, motivação e perseverança fizeram com que Porto União destaque-se em todos os níveis de competições.

Fazendo um balanço da trajetória desde a década de 1960 até os dias de hoje, veremos  grandes conquistas. Vitórias nos Jogos Abertos Catarinense se tornaram corriqueiras, como, bicampeões 1969 (Joinville) e 1970 (Concórdia), várias vezes campeões alternados, três títulos de vice-campeões, dois no feminino e um no masculino.

No ano de 1972, defendendo o selecionado catarinense no Clube Hebraica na cidade de São Paulo, os atletas de nossas cidades, Ivon Schindler, Geraldo Olbertz e Júlio Cezar Barão, ficaram com a 6ª colocação no Campeonato Brasileiro. Ainda em 1972, Geraldo Olbertz foi campeão dos Primeiros Jogos do SESI do Estado Catarinense. Também em 1972, Porto União ficou com o vice-campeonato nos Jogos Abertos de Itajaí.

Em julho de 1973 foi organizado na cidade de Porto União da Vitória um triangular de tênis de mesa. Participaram a Seleção Paranaense, Seleção de Curitiba e a equipe das cidades irmãs. De forma invicta os atletas locais venceram os adversários. Não contente com a derrota, a Seleção Paranaense solicitou uma partida revanche e novamente foi derrotada. Defenderam as cores de Porto União da Vitória os mesatenistas: Júlio Cezar Barão, Olides Millezi Junior, Dante Danilo Lobo, Vilmar Schindler e Ivon Schindler.

Em 1978 nos Jogos Abertos de Caçador, com a participação dos atletas Olides Millezi Junior, Wilmar Mayer, Aloisio dos Santos Silva e Dante Danilo Lobo, que foi considerado o melhor Raquete do estado catarinense, Porto União foi campeão invicto da competição e deu a largada para o tri. No feminino, mesmo ficando invicta na fase de classificação, onde contou com a participação das atletas Roni Bieberbach, Lúcia, Dovopiati e Regina Bieberbach, ficaram em terceiro lugar. Também, entre tantas, fizeram parte da seleção de Porto União a Cleide Vasconcelos, Magali Rochembach e Eliane Schindler. Vale lembrar que ao longo dos anos as equipes femininas sempre obtiveram colocações de destaque.

No ano de 1979, em Blumenau, os atletas Ivon Schindler, Olides Millezi Junior, Júlio Cezar Barão e Vilmar Schindler subiram ao lugar mais alto do pódio. Em 1980, em Jaraguá do Sul, Porto União novamente levantaria o caneco de campeão nos Jogos Abertos de Santa Catarina fechando um ciclo de campeão seguido (tricampeonato). No ano de 1982, em Itajaí, novamente o caneco veio para o município do planalto norte catarinense.

Em 1985 mesmo com pouco apoio, Aloisio dos Santos Silva, representando o Clube Aliança, participou na cidade de Fraiburgo do Campeonato Inter Clubes e, de forma invicta chegou à grande final, onde foi derrotado pelo atleta da equipe de Campo Erê, ficando com a segunda colocação.

Já em 1998 participando dos Jogos do SESI em Maringá, Ivo Solanho e Geraldo Olbertz foram campeões estaduais. A partir daí o tênis de mesa das cidades irmãs começou a se reerguer e vários títulos a nível estadual e sul brasileiro pelos Jogos do SESI foram ganhos. Inúmeras conquistas estaduais e nacionais em jogos pela Federação Catarinense e pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa. Tantos outros troféus foram ganhos em OLESC (Olimpíadas Estudantil Catarinense), JOGUINHOS  (Joguinhos Abertos de Santa Catarina) e JEBS (Jogos Escolares Brasileiros). Destaca-se o vice-campeonato internacional ganho pelo atleta Matheus Moraes que representou o Brasil, em 2008, na capital do Uruguai, Montevidéu.

No ano de 2001 Geraldo Olbertz foi campeão estadual pelo SESI nos jogos estaduais e ficou em terceiro lugar no sul brasileiro.

Desde o ano de 2000, com o apoio dos diretores do Centro Cultural 25 de Julho, em especial ao senhor Luiz Alberto Pasqualin, é o único clube federado em nossas cidades. O tênis de mesa em Porto União tem se mantido em atividade, principalmente por ter um Centro de Treinamento certificado e homologado pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa. Com treinamentos nas terças, quintas-feiras e sábados, o Tênis de Mesa, graças aos abnegados amantes dessa modalidade esportiva, tem se mantido em pé, colhendo resultados positivos e elevando o nome do município de Porto União no cenário nacional.

Ao contrário do que pensam muitos, o Tênis de Mesa não é elitizado, sendo uma modalidade fácil de aprender e se destacar, desde que o faça com vontade e com amor, onde trás enorme vantagem, pois o atleta tem que ter força mental, concentração e raciocínio rápido porque a bola pode atingir a velocidade de 160 km por hora e 90 giros por segundo. Trás uma melhoria da qualidade na saúde, desenvolvimento cultural, inclusão social de crianças, jovens, adultos e idosos, livrando-os da ociosidade e integrando-os numa convivência, onde a droga, a bebida alcoólica e outros vícios não tem vez.

Entre tantos, marcaram seu nome no tênis de mesa de Porto União da Vitória os mesatenistas: Günter A. Sieberneich, Carlos Alberto Lupack, Arno Woeltje, Aluísio dos Santos Silva, Denis Martins, Erasmo Prestes de Souza,  Adelmir Carpes, Geraldo Olbertz, Fernando Olbertz, Dante Danilo Lobo, Júlio Cesar Barão, Sargento Lima, Paulo Otto, Emanuel Ratinho, Ivon Schindler, Vilmar Schindler, Jorge Soares Pinto, Orlei Rodrigues Barbosa, Olides Millezi Junior, Celso Toshime, Ivo Solanho, Wilmar Mayer, Dario Kluge, Cesar Godoi, Emerson Paulo Jacobs, José Szawernoga, Marcos Lançarin, Tiago Grossklaus, Carlos Mallat, Gabriel Smek, Eduardo Ruby, Willian Bussatto, Valdecir Ilkiw, Pedro Kerber, Roberval Alves de Lima, Erico Ricardo Rosenscheg, Matheus Moraes, Eduardo Chokailo, Guilherme Chokailo, Tiago Gasnhar, Tiago Melo, Almeri Adur Junior, César Oney Cabral, Michel Breier, Guilherme Fernandes Portes e Antonio Nilton Correia Junior.

A Federação Catarinense de Tênis de Mesa continua sediada em nossas cidades, sendo presidida por Vilmar Schindler que também é vice-presidente da Confederação Brasileira, além de que, é árbitro internacional.

Sem recursos para manter um técnico, a escolinha de tênis de mesa deixou de funcionar, dificultando a renovação, mas independente disso, os amantes dessa modalidade esportiva continuam praticando no Centro Cultural 25 de Julho. As portas estão abertas, é só ter vontade de participar.

Como se pode ver, ao longo dos anos vários atletas das cidades de Porto União e União da Vitória despontaram em várias competições, só que devido a falta de apoio, muitos deles passaram a defender outras cidades, pois tinham ajuda financeira para as suas despesas. Com pouco apoio e parcos recursos era normal nossos atletas chegarem ao pódio defendendo equipes de outros municípios.

Diante dos fatos acima relatados, pode-se dizer com evidência absoluta que os remanescentes baluartes do tênis de mesa em nossas cidades são Aloisio dos Santos Silva, considerado o Avô do tênis de mesa, e Ivo Solanho, o Pai.

Histórias

No início da década de 1960, os amantes do tênis de mesa de Porto União da Vitória praticavam essa modalidade esportiva em locais improvisados, onde era utilizada somente uma mesa. Com raquetes de cortiça e bolinha um pouco mais pesada, o tradicional som de pingue pongue era ouvido com variação de intensidade conforme a velocidade e força utilizada ao se dar uma raquetada. E foi assim, quando jogavam em um salão ao lado da Igreja Matriz de Porto União, apareceu um senhor desconhecido que pediu para jogar. Seu nome era Erasmo Prestes de Souza. O encantamento foi, não só pela qualidade do novo tenista, mas também pela sua raquete, pois foi a primeira raquete emborrachada que fora vista em Porto União da Vitória até aquela época. Era a famosa Butterfly que é utilizada até hoje em grandes competições. A partir daquele dia, sem sequer imaginar, o tênis de mesa em Porto União da Vitória daria o primeiro passo para a longa série de conquistas que começou com o vice-campeonato nos Jogos Abertos de Santa Catarina realizado na cidade de Joinville no ano de 1963, onde a equipe da casa ficou com o campeonato.

No ano de 1964, com a realização dos Jogos  Abertos em Porto União e, com a não participação do temido trio rival, campeão da edição anterior, Joinville, os mesatenistas das cidades irmãs contaram com o título nas mãos, tanto é que chegaram à grande final. O fato do menosprezo ao seu adversário na finalíssima, até porque o melhor tenista adversário estava com um desarranjo intestinal e não poderia atuar, ficando a equipe adversária somente com dois jogadores, o que pela regra, não poderia jogar, o trio de Porto União, contando com o ovo da galinha aceitou que os adversários jogassem somente com dois mesatenistas. Foi ai que a “vaca foi para o brejo”. Porto União ficou com o vice-campeonato.

Fotos do acervo de Jair da Silva, Ivo Solanho, Aloisio dos Santos Silva, Herna Siebneicher e Denis Martins.

 

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Comemorando o dia mundial do Tênis de Mesa, os amigos mesatenistas se reuniram para um torneio e uma confraternização saboreando um suculento xixo regado com umas loiras geladas.

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