TESTES PARA JOGAR PROFISSIONALMENTE

TESTES PARA JOGAR PROFISSIONALMENTE

Coisas da bola

Coisas da bola são relatos de fatos vividos por mim, histórias contadas por amigos e outros frutos da minha imaginação.

Qualquer semelhança será puro acaso.

“Jair da Silva Craque Kiko”

Tinha recém acabado a Taça Paraná de Futebol Amador daquele ano e, a nossa equipe, o 7 de Setembro de Dois Vizinhos ficou com o vice-campeonato, pois perdemos a final para o Internacional de Campo Largo. Nessa competição destacaram-se três atletas da nossa equipe, o zagueiro central, o meia esquerda e o centroavante, que foram convidados para fazer um teste em uma equipe do futebol profissional do sudoeste do Paraná, o União de Francisco Beltrão. Então, em uma quarta-feira foi marcada uma partida amistosa no Estádio Anilado, lá em Francisco Beltrão, onde a comissão técnica do time profissional observaria os três atletas.

A nossa delegação viajou em carros particulares até o local do jogo, tendo em vista a proximidade das cidades. Estávamos no mesmo veículo, eu e os atletas que seriam observados. No transcorrer do deslocamento tamanho foi a surpresa quando o nosso zagueiro pediu para que o motorista parasse o veículo, pois precisava fazer uma aplicação no braço. Aplicou sete ampolas de Gluconergan, uma substância conhecida como estimulante, para não dizer doping. Indagado sobre a loucura que estava fazendo, ele justificou que era a chance de jogar profissionalmente e não queria desperdiçá-la.

A partida começou bastante disputada naquela noite e, nós enfrentávamos o time profissional de igual para igual. Tenho a clara lembrança de dois lances ocorridos em nossa pequena área. Em um deles o nosso zagueiro deu uma caneta no centroavante adversário e no outro chapelou um atacante e saiu com a bola dominada. Ao olhar para a fisionomia do nosso defensor, observavam-se os olhos arregalados e a espuma nos cantos da sua boca. Empatamos aquela partida amistosa em 1 x 1. O nosso meia esquerda e o centroavante foram convidados para assinar contrato, não o fizeram porque já estavam estabilizados em seus empregos e não quiseram trocar o certo pelo duvidoso. Já o nosso zagueiro não foi aceito por ter sido considerado um defensor irresponsável. A direção técnica do time profissional justificou dizendo que zagueiro é pra defender e não fazer firula, ainda mais dentro da pequena área.

Como consequência das aplicações, o meu zagueiro ficou uma semana sem conseguir dormir. Andava igual a um zumbi.

 

 

 

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