UMA MANHÃ MARAVILHOSA

UMA MANHÃ MARAVILHOSA

O plano de bater os cambitos pelo centro e prosear com os amigos que possivelmente encontraria tinha gorado naquele sábado. Um leve vento começava a mugir. Alguns trovões ribombavam. Davam a entender, que já já cairiam pingos de chuva e molhariam esta terra abençoada pelo Papai do Céu. Não vieram. Meio que escondidos ainda pela nuvens que vagavam, alguns raios solares começaram a dar o ar da graça e alumiar o nosso amado chão. Aos poucos, o céu ficou varrido das nuvens.

E, de repente, gritos lá do fundo do pátio. Nono, Nono, Nono… a motoca está sem gasolina. O mais novo dos netos, junto com o cãozinho Dom Bilu, clamavam por ajuda. Para lá corri. Simulando encher o tanque, ajeitando os pézinhos nos pedais, dando um leve empurrão, a motoca ganhou movimento. Aí, foi uma alegria só, não só do netinho, também do Dom Bilu, que como eu, presenciou pela primeira vez uma pilotada solo naquela motoca plástica.

Entre idas e vindas da motoca do fundo do pátio até ao portão, testemunhando a faceirice do Felipinho, com os olhos marejados e que ficaram arrasados de água, com cara de bobo, este Nono coruja sentia lá no fundo da alma uma felicidade sem igual. Era como se estivesse viajando pela minha própria infância. Que bom que o plano para aquele sábado tinha gorado. O tempo da gente nunca é muito, mas é tudo o que temos. E, eu aproveitei naquele sábado um tempo pra lá de bom. Gratidão, gratidão e mais gratidão.

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