UNIÃO E JUVENTUS – UMA PELEJA DE GALA – 1949.

UNIÃO E JUVENTUS – UMA PELEJA DE GALA – 1949.

UNIÃO E JUVENTUS – 1949.

Com lances desferidos de forma rápida, emocionantes, com entusiasmo e muito ardor por parte das duas turmas, os esquadrões vestidos com seus mantos na cores de Carvão Aceso, o União E.C., e Tricolor Pó de Arroz, Juventus F.C. mostraram que o pebolismo em Porto União da Vitória nesse ano de 1949, estava fadado a dar muitas alegrias e, viesse qual quadro viesse, de qualquer cidade que fosse, dentro do reduto citadino os nossos quadros não temeriam ninguém.

Os dois bandos entraram no gramado para uma pugna já esperada, acirrada, onde o favoritismo do Juventus, turma comandada por Armando Marcos Sarti, seria favorita só fora das quatro linhas. Dentro, o buraco era mais embaixo, ainda mais tendo o alvirrubro do União no seu comando, o velho estrategista Davi Cardoso, popularmente conhecido como Velho Paulista. E, como esperado, foi uma luta de grandes, com várias alternâncias no escore. Já de cara, aos dois minutos de combate, Romeu João Savi, vencia a perícia de Canela derrubando a cidadela com uma cabeçada mortal. Na vantagem, ainda pelo placar solitário, o quadro juventino de Porto União mandava no cotejo, mas num vacilo da sua cozinha, o bando de cor encarnada, do União, aos vinte minutos igualava o marcador através do meia esquerda Heitor, que ao receber um centro de Barroso, dominou fácil e na caída da peca, fuzilou o arco de Kuritza, que estático não acreditou que não pode agarrar e foi buscar a esfera lá no fundo da sua rede, 01 a 01.

Em uma recarga do Juventus, aos vinte e sete minutos, ele de novo, o matador da tarde, Romeu João Savi, se aproveitou de um bate rebate dentro da pequena área unionense, quando o beque Tonico falhou, e de “peixinho”, com a cocuruta, assinalou o segundo tento para os seus, 02 a 01. Nessa altura da peleia, indo buscar forças não se sabe de onde, o onze do Vovô (União – alcunha por ser o esquadrão mais velho – fundado em 1921) de dominado passou a ditar a normas do prélio, martelando terrivelmente a cidadela guardada por Bohdan Kuritza, que se virou em papos de aranha para defendê-la.

Aos trinta e seis minutos, após receber um passe magistral de Raul, Barroso, de ponta de chanca, consegue derrubar novamente o arco guardado por Kuritza, que ao tentar encaixar, foi traído por uma touceira onde o balão de couro foi desviado, decretando o empate na contenda, 02 a 02. Já no apagar da vela, faltando um minuto para o fim da etapa inicial, de novo, o dianteiro unionense Barroso, dessa vez num sem pulo que saiu zunindo, balança os barbantes do Juventus saltando na frete na contagem da pugna, terminando com placar parcial 03 tentos a 02 para o União.

A segunda metade do tempo regulamentar foi um verdadeiro espetáculo de futebol, com lances, ora muito clássicos, ora de muita raça e doação extrema dos contendores, brindando o aficionado e fanático público torcedor, amante do esporte bretão. Endiabrado dentro das quatro linhas, o dianteiro Juventino, Romeu João Savi fazia chover e, aos quinze minutos novamente faz funcionar o marcador encaixando outra testada, que foi aceita em uma falha do guardião Canela, 03 a 03. Aos dezoito, aproveitando uma bola chuveirada por Edgar Alves (Ratinho) na entrada da área, João Colita Junior dominou na caixa toráxica e na caída, num voleio rápido, deu um tiro seco e rasteiro mandando a redonda ninar balançando o véu da noiva do arco cuidado por Bohdan Kuritza, 04 a 03. Mesmo atrás do placar o elenco da agremiação da baixada de União da Vitória não se entregava e, só não conseguiu fazer gols porque, quando não era o Ivo Hercílio Wolff que salvava milagrosamente a cozinha Juventina, a redonda caprichosamente beijava o travessão ou tirava lasca dos postes. Aos trinta minutos de luta, em um contra-ataque muito ligeiro dos avantes do Pó de Arroz Juventino, Paulo Ivo Rodrigues (Paulinho), numa sensacional e notável investida pelo centro do ataque, marcava o tento derradeiro do cotejo. Por 05 tentos a 03 triunfava o Juventus naquele duelo que ficaria marcado na história daquela tarde esportiva, onde esses famosos esquadrões de Porto União da Vitória deram um espetáculo de gala.

Se destacaram nesse embate épico, os elementos: atuando pelo União – Raul Canela, Flávio Huergo, Barroso, Azamor Antônio de Almeida e José Huergo. Pelo esquadrão do Juventus, salientaram-se: Ivo Hercílio Wolff, Romeu João Savi (três tentos de cabeça), Paulo Ivo Rodrigues (Paulinho), João Colita Junior, Ilkys Antônio Sarti e Edgar Alves (Ratinho).

Detalhes do baita embate:

União E.C. 03 x 05 Juventus F.C.

Estádio da Baixada (Antiocho Pereira) – 23 de janeiro de 1949.

Renda – Cr$ 2.000,00.

Mediador- Arsênio Brito – com boa atuação.

Anormalidades – nenhuma.

Tentos pelo União E.C.: Heitor (01) e Barroso (02).

Pelo Juventus E.C.: Romeu João Savi (03), João Colita Junior (01) e Paulo Ivo Rodrigues (Paulinho) (01).

Quadro do União E.C: Raul Canela, Jofre de Oliveira Cabral (Tavico) e José Huergo. Edu Goya, Azamor Antônio de Almeida e Tonico.  Heitor, Barroso, Raul, Flávio Huergo e Dorival de Lima.

Esquadrão do Juventus F.C.: Bohdan Kuritza, Raul de Oliveira Quadros, Ivo Hercílio Wolff. Nei Baby, Ilkys Antônio Sarti e Arnoldo Roque. Romeu João Savi, Jair Mendonça Baiano (Nuche), João Colita Junior, Edgar Alves Ratinho e Paulo Ivo Rodrigues Paulinho.

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