CINQUENTENÁRIO DA ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA IGUAÇU – ASSIM QUE TUDO COMEÇOU…

CINQUENTENÁRIO DA ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA IGUAÇU – ASSIM QUE TUDO COMEÇOU…

Fundada em 15 de agosto de 1971…

Enfim, foi dada a largada do tão esperado Certame Paranaense de Futebol Profissional do ano de 1972, que começou em 14 de novembro de 1971. Debutando na competição, a Associação Atlética Iguaçu já sentia, mesmo na véspera da estreia contra o E. C. Pinheiros, a discriminação de certos órgãos da imprensa da capital, que chamavam, em tom pejorativo, o tapete verde do campo do Ferroviário de “picadeiro” e impunham a alcunha de “Catapora” (dá e já passa) ao caçula da competição.

Eram 15 horas quanto badalaram os sinos da igreja matriz de Porto União, para avisar aos torcedores que faltavam trinta minutos para o início daquela contenda, mas não precisava, pois o Estádio da Vila Famosa já estava completamente tomado, para testemunhar aquela epopeia que ficaria gravada nos anais da história do futebol paranaense. Até o sol tirou a sua cara por entre as nuvens e sorriu por ver aquele povaréu alegre e faceiro com suas bandeiras azuis e amarelas tremulando sem cessar nas arquibancadas. Apinhados em pé ao longo de toda a extensão do alambrado, gritando palavras de ordem, aqueles torcedores, juntamente com a massa das arquibancadas deixavam claro que o onze do “Iguaçu” pelearia com mais um jogador, o torcedor. Entre gritos, também sobressaia-se aquele enorme pavilhão com o escudo desenhado bem no seu meio, hasteado em cima da enorme caixa d’água, parecia que com a brisa da respiração ofegante dos torcedores, pois nenhum deslocamento de ar era observado, tremulava emitindo um som que nunca mais seria esquecido por quem ali estava.

Mesmo correndo contra tudo e todos, a Pantera Azul Dourada estreou, tendo a maior renda da rodada, Cr$ 12.130,00. Às 15:30 horas daquele dia 14 de novembro de 1971, domingo, sua senhoria, Plínio Duenas, mediador daquele embate que ficaria para a história, trilou seu apito, dando o início para aquele que foi um sensacional cotejo futebolístico. O Iguaçu começou a todo vapor e fustigou o esquadrão da capital até os 04 minutos da primeira metade, criando nos torcedores uma ótima expectativa que, logo em seguida, levaria um balde de água fria. Em sua primeira ida a linha de frente, através da cobrança de um tiro esquinado, o quadro visitante derrubava a cidadela do arqueiro iguaçuano, Jorge Batista (Jorge). Com uma cobrança rápida e sob medida, pegando os beques iguaçuanos desatentos, o ponteiro Zé Roberto alçou a redonda na pequena área, na zona do agrião, encontrando o avante Madureira em condição privilegiada, que solto de marcação, de cara para o perigo, testou e mandou a pelota beijar o fundo dos cordéis do guapo azul dourado. Já tendo tirado a virgindade do placar, o onze pinheirense passou a ditar as normas da peleia, obrigando o treinador iguaçuano, Paulo Alves, já aos 25 minutos,  efetuar uma substituição e mudança tática radical em seu esquadrão. Com essas alterações, o quadro de Porto União da Vitória passou a dominar o confronto, mas sem ameaçar o arco contrário. A primeira metade terminou com o escore parcial de 1 tento a 0 para o E. C. Pinheiros.

O Iguaçu voltou para a etapa derradeira mandando no prélio, mas, aos 9 minutos, em uma jogada tramada pelo lado direito do ataque do Pinheiros, novamente o extrema Zé Roberto alçou a redonda na área e encontrou o ponta de lança Nei que, sem dificuldade nenhuma, amplia o placar para 2 a 0. Peleando em casa, com o Estádio totalmente lotado e empurrado pela massa torcedora, os atletas iguaçuanos não tiveram outra opção senão pressionar ainda mais, pois o escore não condizia com o domínio dentro das quatro linhas, o Iguaçu estava superior. Aos 18 minutos, em uma rara excursão de apoio ao ataque, o lateral-esquerdo Jorge Moreira dos Santos (Santos) acertou um tirambaço. O balão de couro beijou o travessão e, na volta, caiu nos pés do ponta de lança Iluir Pires de Oliveira (Duda), que fez o primeiro tento iguaçuano. Aos 26 minutos, alguns torcedores do quadro pinheirense, jogaram garrafas em campo, fazendo com que o apitador interrompesse e ameaçasse encerrar o cotejo. Resolvido o problema, a peca voltou a rolar e, aos 33 minutos, novamente o lateral Jorge Moreira dos Santos (Santos) desferiu um rojão da intermediaria. A redonda foi de encontro ao poste direito do guapo Amauri, e na sobra, Nelson Cândido da Silva (Bugrão) domina no peito e desfere uma bomba para o fundo das redes, decretando a igualdade no placar. Melhor na contenda, o Auricerúleo das terras antigamente contestadas continuou fustigando em busca do triunfo, não conseguindo o seu intento. Aos 45 minutos, sem acréscimos, o mediador encerra a peleja. Com esse igualdade no placar, que foi considerado como uma vitória devido às circunstâncias, a forma de ver e julgar o elenco iguaçuano mudou na concepção dos torcedores e imprensa curitibana, pois se percebia que o Iguaçu era um gigante que nascia. Para esse debute no certame paranaense, iniciaram, pela Associação Atlética Iguaçu: Jorge Batista (Jorge), Jorge Leite de Souza (Jorginho), José Mário Camilo (Zé Mário), Osvanir Antônio Padilha (Nire), Jorge Moreira dos Santos (Santos), Cláudio Ferreira (Índio), Benedito de Assis (Dito Cola), Gentil Alves da Cruz (Gentil), Iluir Pires de Oliveira (Duda), Nelson Cândido da Silva (Bugrão) e Douglas Francisco Chila (Chila). Entrou, ainda na primeira metade: Reinaldo das Graças Alves (Reinaldo), no lugar de Gentil. Apitou, com péssima atuação, o Sr. Plínio Duenas. Foi auxiliado por Orlando Sabotto e Edson P. Campos. Nesse embate, o atleta ponta de lança iguaçuano, Iluir Pires de Oliveira (Duda), foi escolhido pelos cronistas esportivos das três emissoras de rádio de Porto União da Vitória, como o melhor em campo.

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