Vencer e vencer. Esta era a única opção para o esquadrão da beirada dos trilhos ferroviários e dos cantos do caudaloso Iguaçu, para ganhar passagem ao quadrangular final e continuar com o sonho de acesso à elite do futebol do Paraná. Tudo estava nas mãos dos seus avantes, e eles teriam, de um jeito ou de outro, derrubar a cidadela contrária ao pelear contra o rebaixado e lanterninha do certame.
Mesmo não querendo admitir, o torcedor iguaçuano sentia um friozinho na barriga, porque esta situação não era inusitada, já passou por uma idêntica, quando precisando de um triunfo, os nossos dianteiros não bimbaram para o gol e a vaga foi para as cucuias. Estava nesta tarde o esquadrão iguaçuano nas mesmas condições, pois de todos os quadros adversários, o da Pantera Azul dourada é um dos que menos fuzila contra o arco contrário. Mas nesta tarde tinha mais um agravante, das três vagas abertas, cinco esquadrões iriam fazer das tripas coração para conseguir uma delas, e nos bastidores os homens das malas andavam para todos lados. Era esperar o balão rolar para ver se os “deuses do futebol” fariam justiça.
Rolando a peca no Estádio Atílio Gionedis, em Campo Largo, o Iguaçu teve uma atuação soberba, de início ao fim. Foi soberano dentro do “potreiro verde”, onde o seu principal contrário foi o terreno seco e duro, porque ali uma máxima do futebol não pode ser observada: “se bater na canela é perna de pau”, pois era quase impossível tratar o balão com carinho, mas os litigantes iguaçuanos o conseguiram e triunfaram pelo escore de 3 tentos a 1.
De início, o pouco futebol deixou os torcedores apreensivos, mas aos 32 minutos, após a cobrança de uma infração no seu setor ofensivo, a meta contrária era derrubada. Após a cobrança pelo meia Oscar, o balão passou pela barragem humana obrigando o arqueiro Gustavo a fazer uma catada parcial. A bola escapuliu das suas mãos, ganhou altura e beijou o travessão e quicou ficando na feição, pedindo para que alguém a aninhasse. O lateral iguaçuano, Marcelo Boito peregrinava solto por ali, atendeu o pedido da peca e de testa tirou o zero do placar, 1 a 0 para a Pantera Azul Dourada. Placar parcial da primeira metade.
E veio a etapa derradeira. Quando decorriam 5 minutos, um beque do Araucária na tentativa de arrepiar o balão da sua zona de perigo, pegou na orelha da mexerica e ela foi em direção a sua meta. O lépido dianteiro Vandinho, para aproveitar o “espirro do taco” saiu na correria em direção ao arco contrário. Saindo debaixo dos três paus para tentar concertar a “cagada” do beque, o golquíper Gustavo saiu com os pés nas alturas e atingiu de forma perigosa a cabeça do avante iguaçuano. Incontinenti, o mediador acionou o seu referee e mandou colocar a redonda na marca da cal. Pênalti inconteste. Olho no olho, Vandinho e o guardião Gustavo. Não deu para o Gustavo. Batendo no canto esquerdo baixo, até que o arqueiro Gustavo acertou o canto quando voou, mas só para aparecer na foto. Vandinho aumentava o escore para 2 a 0 para o Iguaçu.
Quando subia de produção o esquadrão do Araucária, aos 18 minutos em um contragolpe iguaçuano, que começou no seu campo defensivo, o volante Pablo saiu num pique. Adentrou a grande área pela direita e fez um cruzamento rasteiro. Num chuta não chuta dentro da pequena área, Vandinho quase deitado se aproveitou e endereçou a peca para o fundo das redes do guapo Gustavo. 3 a 0 para o Iguaçu.
Próximo aos 26 minutos, após a cobrança de um tiro esquinado pela esquerda da sua linha de frente, o extrema-esquerda do Araucária centrou o balão para dentro da pequena área do Iguaçu. Em um cabeceia não cabeceia, chuta não chuta, o balão pererecava por ali, até que o beque Fernando, de cocuruta conseguiu fazer ele morrer no fundo do barbante iguaçuano. Era o tento de honra do Araucária. Escore final de 3 tentos a 1 para a Associação Atlética Iguaçu.
Com este feito, a tão almejada viagem para os prélios das semifinais estava garantida. Na tábua de classificação o Iguaçu ficou em terceiro lugar. Enfrentará no quadrangular o segundo colocado, o Andraus. A primeira contenda, está programada para o dia 02 de julho, às 11 horas, no Estádio Municipal Antiocho Pereira.
Ficha técnica da pugna
Araucária E.C.R. 1 x 3 Associação Atlética Iguaçu.
Estádio Atílio Gionédis – Campo Largo-PR – 25/06/2023 – domingo – 15:00 horas – 21°C.
Mediador – José Mendonça da Silva Junior (Curitiba-PR). Auxiliado por Ivan Carlos Bohn (Curitiba-PR) e Marco Antônio dos Santos Pepe (Irati-PR).
Tentos – Marcelo Boito ( 32′ 1°) e Vandinho (7′ e 19′ 2°) para o Iguaçu. Fernando (27′ 2°) para o Araucária.
Cartões amarelos: Marcelo Boito (Iguaçu). Jorgevan, Matheus, João Pablo, Ernany, Wellington e Pedro Henrique para o Araucária.
Cartão vermelho: João Pablo, após receber o segundo cartão amarelo.
Alinhou o Araucária: Gustavo (Ruan), Fernando, Danilo, Jorgevan (Vitor), Alan, João Pablo, Daniel (Wellington Goes) , Felipe (Raylinton), Pedro Henrique (Tomohiko) e Matheus. Auxiliar técnico – Augusto Moreira Fortunato.
Atuou o Iguaçu: Léo Lopes, Lucão, Heverton (Tabata), Van Dal, Marcelo Boito (Leandro Cerqueira), Pablo (Lucas Guedes), Adãozinho, Oscar, Gabriel Ataliba, Vandinho (Romão) e Ardley (Zonta). Treinador – Ageu Gonçalves.
