A sacolada de tentos enfiada no Grêmio de Maringá no último cotejo, aumentou o fogo na tocha iguaçuna, dando claridade maior na vereda rumo ao quadrangular final. A expectativa recorde de povo era grande. Tudo estava sendo preparado para o grande cotejo, muito esperado, contra o Paraná Clube. Mas, sempre um mas, surge, quando interesses velados emergem de forma tão inesperada e perturbadora. E, foi isso que aconteceu.
Na quinta-feira, de forma estrondosa, saiu a notícia que a contenda seria realizada sem público torcedor, pois as pendências nos laudos de liberação do Estádio não tinham sido sanadas. Aí, foi um “Deus nos acuda”, muito disse me disse, daqui e de lá. Era tanta conversa fiada e palpites do arco da veia, muitas sem veracidade alguma, que deixaram os torcedores atônitos.
A correria fora armada. Mais de 1000 ingressos já tinham sido vendidos. A diretoria iguaçuana, também pega de surpresa, corria atrás e se desdobrava. Prefeitura Municipal, Polícia militar, Ministério Público e a quem de direito, foram acionados. As restrições contidas no laudo de segurança, então, foram rigorosamente cumpridas e atendidas com êxito na totalidade.
Com tudo nos trinques, faltava somente a palavra da Federeca. Enfim! Na sexta-feira, à tarde, a Federeca, reconsiderou a proibição de público e liberou de forma oficial. O povo foi autorizado a assistir o prélio ao vivo e a cores, de dentro do Estádio. Agora, era só esperar que o “onze” não fosse atingido com essa fuzarca dos bastidores, e desse a alegria para a imensa massa de torcedores que lotou o Antiocho Pereira. Mas, a alegria tão esperada, infelizmente, não veio.
Em um primeiro tempo de só um time, o Paraná Clube esteve soberano, peleou como quis. Parecia que o onze da capital é que era o mandante. Iniciou o cotejo pressionando. Arrematou várias vezes ao arco iguaçuano. Ao Iguaçu, um mero coadjuvante, só deu um chute a gol, isso aos 31 minutos. Quem não bimba contra a cidadela contrária não estica barbante. Com a torcida frustrada, terminou a primeira metade, sem que o escore fosse mexido.
A expectativa estava em como a Pantera Azul Dourada viria para a segunda metade, pois do jeito que andam as coisas, era capaz que o quadro viesse num ferrolho. Ainda bem que não veio. Com suas linhas adiantadas, pressionando, começou a ter mais posse de bola e dava o ar da graça na zona de perigo do Paraná. Mas, só excursionava ali. Quando o fazia, não tinha constância.
Teve o Iguaçu uma vantagem numérica, quando aos 10 minutos um litigante do Paraná foi tomar banho mais cedo. Com um homem a mais pensou-se, agora vai, o gol da Pantera já, já, sai. Saiu nada, não conseguiam chutar na meta contrária.
Com exceção do arremate aos 49 minutos, única chance clara (até eu estufava os barbantes), de frente para o arco, o dianteiro iguaçuano, Cassiano, conseguiu a proeza de isolar o balão.
O goleiro do Paraná saiu limpinho, limpinho. Foi mais um arqueiro que pelou por aqui e não precisou lavar as partes no pós jogo. Foi um expectador, saiu com a farda limpa. Infelizmente para o torcedor iguaçuano, o grito de gol ficou entalado, nem aquele suspiro de quase gol lhe foi dado o direito de ter.
Ficha do prélio morno
Certame Paranaense de Futebol Profissional da Segunda Divisão.
Associação Atlética Iguaçu 0 x 0 Paraná Clube.
Estádio Antiocho Pereira – União da Vitória – 09 de junho – domingo – 20°C
Renda – R$ 98.250,00. Público 3.967.
Mediador – Rodolpho Toski Marques. Auxiliado por Victor Hugo Imazu dos Santos e Diego Fortunato.
Cartões amarelos – Lucas Guedes, Mancha, Luan e Luigi pelo Iguaçu. Félix Jorge, Lucão, Kauan e Carlos Henrique pelo Paraná Clube.
Cartão vermelho – Carlinhos ao receber o segundo amarelo.
Peleou o Iguaçu: Thiago Santos, Lucas Guedes, Rogério (cap) (Felipe Codó), Caio Sena, Luan (Simplício), Sony (Marquinhos), Pedro Henrique (Melo), Mancha (Luigi), Firmino, Mauri e Cassiano. Treinador – Rafael Andrade Marques.
Jogou o Paraná: Sidão, Victor Caetano (Kauan), Lucão, Félix Jorge, Bruno Silva, Carlos Henrique, Ueslei Brito (Vitor do Carmo), Eliandro (Itálo), Ravanelli (Hiago), Cristiano e Alex Nemetz (Messias). Treinador Tcheco.