CAPITÃO ORLEY – O PEITO DE AÇO.
Com a saúde muito debilitada, Orley do R. Maltauro faleceu nesta manhã de terça-feira, 29 de março, às 08:30, após uma parada cardíaca quando fazia um procedimento médico. Aos 71 anos deixou a vida terrena.
Nossos sentimentos à família. Descanse em paz meu amigo.
Obrigado meu Deus, por ter me dado o prazer de homenageá-lo em vida, através da matéria publicada em 19 de novembro de 2015.
Símbolo, referência ou um ícone no meio esportivo das nossas cidades?
Quando se fala no nome do Capitão Orley podemos usar todos os adjetivos acima citados. Não por ser o mais experiente locutor e narrador esportivo da nossa região, mas sim, por ser sem sombra de dúvidas, o melhor.
Tantos passaram, e os poucos que ficaram, levam em sua bagagem um pouco de conhecimento aprendido com o mestre. Falo mestre, por ter tido a oportunidade de trabalhar com ele e compartilhado de todo o seu conhecimento e sua criatividade.
Dono de uma voz com timbre inigualável, juntamente com uma criatividade de dar inveja, fazia nas suas narrações esportivas com que a concorrência ficasse na rabeira. Hoje não está narrando, até porque, as emissoras nas quais trabalha não estão transmitindo esportes, mas continua no meio radiofônico com seus programas, o esportivo TOP ESPORTE e o BRIK BRA da Rádio Colmeia, onde são líderes de audiência.
Quando chega o domingo um vazio toma conta de nós desportistas, principalmente na parte da tarde, pois sabemos que vamos ficar só na saudades, não vai haver aquela narração esportiva diferenciada a qual estávamos acostumados. A lacuna ainda está aberta.
Muitas vezes fazendo o papel de mestre de cerimônias aumentava a qualidade dos eventos. Por sua competência e por ter trabalhado com galhardia em instituições de renome posso afirmar com certeza que é uma das pessoas mais conhecidas em nossa região.
Além das emissoras de rádio também desempenhou, sempre muito bem, as funções de Diretor de Esportes da Prefeitura de Porto União e Gerente do SESI de União da Vitória.
Orley do R. Maltauro conhecido pelas alcunhas de Capitão Orley Peito de Aço ou professor OROMA marcou e marca época em nossas cidades.
Nos idos de 1970/1980, quando a briga pela audiência em transmissões esportivas era muito acirrada, a principal concorrente chamava seu principal narrador de Comandante Garganta de Ouro. Então, para não ficar para trás, o seu colega de equipe esportiva na Rádio Colmeia, Waldir Zanetti, criou-lhe, com muito acerto, a alcunha de Capitão Peito de Aço.
Se autodenomina professor OROMA em seu programa Brik Brak da Rádio Colmeia no qual faz previsões astrológicas.
Começou a narrar jogos de futebol na Rádio Difusora União substituindo o seu irmão que estava com problemas de saúde.
Narrou partidas nas piores condições possíveis e em lugares inóspitos, pressionado pelas torcidas adversárias, onde nunca se furtou de transmitir a emoção para seus ouvintes.
Trabalhou nas três emissoras de AM de nossas cidades. Chegou ao auge de sua profissão narrando o campeonato brasileiro por uma emissora de Joinville. Também fez narrações esportivas por emissoras de várias cidades como Canoinhas e São Mateus do Sul.
Segundo pessoas que fizeram parte das equipes esportivas na radiofonia local, o Orley do R. Maltauro, tamanha a sua criatividade, já fazia em suas narrações esportivas, o que hoje fazem os famosos narradores da Rádio Tupi e Globo, José Carlos Araújo (Garotinho) e Luiz Penido (O Garotão da Galera), respectivamente.
Em 25 de outubro de 1988 ao narrar a partida amistosa entre a Associação Atlética Iguaçu e Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, foi convidado a se transferir para Porto Alegre e fazer parte da equipe esportiva da Rádio Guaíba.
Como atleta defendeu na sua juventude a equipe do São Bernardo, as vezes como goleiro e outras como zagueiro. Também defendeu em muitas peladas a equipe do extinto Bambu e do Zoofer (Zoológico do Ferroviário), onde foi batizado pelo nome de “Baitaca”.
Não preciso explicar o porquê desta singela homenagem, contando um pouco da trajetória do Capitão, pois é um imenso prazer escrever sobre pessoas que Fizeram e Fazem a Diferença, ainda mais, na véspera de seu aniversário, e em vida.