Já sabendo dos resultados de todas as pelejas da rodada e tendo ciência do que poderia fazer para se garantir entre os quatro primeiros colocados, até porque, os escores o relegaram para a quinta colocação, o esquadrão da Pantera Azul Dourada sabia da tarefa inglória que teria pela frente e fez da peleja renhida, tripas coração, mas não adiantou, pois faltou futebol. Aos torcedores iguaçuanos, que tem uma fé quase que religiosa no seu quadro, em sua maioria residentes em União da Vitória, que acompanhados de muitos moradores curitibanos oriundos das cidades do Vale do Iguaçu e marcaram presença na Vila Capanema procurando incentivar o esquadrão da beirada dos trilhos ferroviários do Sul do Paraná, pode-se dizer, que também foram inoperantes e tiveram uma tarde sofrível. A esperança em arrancar os três pontos era grande nos bastidores, pois corria solto o papeio de que a mais recente contratação, um meia ofensivo, que chamaria a responsabilidade em criar os lances de ataque, prenunciava o domínio no setor de inteligência do esquadrão. Porém, um fato negativo antes do prélio foi ausência do dianteiro Vandinho, que sentiu um desconforto durante um treinamento, mas a expectativa era imensa, pois os saudosistas iguaçuanos ainda idolatram e buscam com muita frequência a volta da Pantera à primeira divisão, seu lugar que deveria ser de sempre.
Nos dois anos anteriores, 2021 e 2022, quando se encontraram na cidade de Campo Largo, no Estádio Atílio Gionedis, persistiu a igualdade no placar, 1 tento a 1. Neste ano, também com mando do Andraus, só que, no Estádio Durival Britto e Silva, na capital paranaense, tentando alterar a escrita a seu favor o Iguaçuzão entrou de branco e com meias azuis. A escrita foi alterada, se houve bem o Andraus. Conseguiu o triunfo diante da Pantera.
O jogo:
O prélio começou estudado e concentrado no setor de inteligência. Os arqueiros praticamente eram coadjuvantes, com poucas bolas chegando em suas metas, isso através de chuveirinhos para a zona do agrião. Posicionado um pouco atrás, o esquadrão iguaçuano permitia que os contrários rondassem a sua zona de perigo. Quando adiantou as suas linhas, subiu de produção e começou a subjugar o adversário tendo várias chances em tirar o zero do placar. O prélio se aproximava do intervalo, quando aos 44 minutos, a redonda foi chutada de encontro a sua senhoria, o mediador. Bola ao chão em favor do Iguaçu. Quando o mediador soltou o balão ao chão, cochilou o esquadrão do Andraus. O ponta de lança Romão foi esperto em tocar de forma rápida para o lateral Lucão, que estava bem colocado e entrando na diagonal direita. Lucão avançando recebeu o balão e num verdadeiro mamão com açúcar serviu através de um cruzamento rasteiro, na medida certa ao extrema Ardley. Este, de frente para a cidadela contrária, com categoria fez o esperado e estufou os barbantes do Andraus Brasil. Na frente no marcador, 1 a 0, o onze do Iguaçu sem uma liderança que fizesse com que o cotejo fosse “amorcegado” se retraiu durante os cinco minutos de acréscimos. Foi o seu azar. O Andraus foi em busca da igualdade e através de uma bola chuveirada, a becarada iguaçuana deu mole e vacilou. O meia atacante Gabriel, solteiro na marca penal, ajeitou de cabeça e o lateral direito Willian Carvalho que se projetava pelo seu setor, teve tempo para arrematar de perna direita. O guardião Léo Lopes fez uma catada parcial e deu rebote. O balão sobrou na feição e novamente o lateral direito Willian Carvalho, agora de canhota, derrubava o arco iguaçuano. A criatura ninava pela primeira vez nas malhas do Iguaçu. Estava sacramentada a igualdade ainda na primeira metade. 1 a 1 ficou o placar parcial.
No pós descanso o cotejo ficou feio, truncado e mascado. O que se viu foi um Iguaçu apagado e com muitos erros individuais, enquanto o Clube Andraus Brasil corria atrás do seu tento. Mais ousado o “onze” mandante começou a perigar a cidadela iguaçuana. A Pantera Azul Dourada sofria a pressão e tentava rechaçar o capotão. Perto dos treze minutos, em uma roubada de carteira, na entrada da grande área o dos meias atacantes do Andraus executou um centro na medida. Posicionado no costado dos beques de área do Iguaçu, quase na marca penal, André Carlos subiu sozinho, e como um beija-flor parou no ar e escolheu o canto. Acertou uma testada certeira colocando o seu esquadrão em vantagem, de virada. 2 a 1 para o Clube Andraus Brasil.
Mesmo com as várias alterações, o onze iguaçuano não se encontrava. Poderia ter chegado ao empate no único arremate deveras perigoso, quando o extrema-esquerda Ardley deixou comendo poeira o lateral direito e centrou para o ponta de lança Romão, que testou firme da risca central da pequena área, mas o guardião contrário estava bem colocado fez uma defesa de vulto e espalmou para escanteio.
Por ter sido presenteado com o cartão amarelo pela segunda vez, o lateral do Andraus, Willian Carvalho, foi tomar banho mais cedo. Com um homem a mais a Pantera não conseguiu se impor. Com dois homens a mais quando outro jogador do Andraus se machucou e as substituições não eram mais permitidas, os jogadores iguaçuanos continuaram inoperantes.
Pode-se afirmar que as falhas individuais foram cruciais. Para o Iguaçu foi uma atuação para ser esquecida, lastimável, pífia.
Ficha técnica da porfia:
Clube Andraus Brasil 2 x 1 Associação Atlética Iguaçu.
Estádio Durival Britto e Silva – Curitiba-Pr – domingo – 28 de maio – 20 graus – 15:30 horas.
Mediador – Maikon Brito de Freitas (Curitiba-PR). Auxiliador por Giovani Marcos Matielo e Leonardo Claudio Alves, ambos de Pato Branco-PR.
Tentos – Ardley (44’ 1°) para o Iguaçu. Willian Carvalho (49’ 1°) e André Carlos (13’ 2°) para o Andraus Brasil.
Cartões amarelos – Léo Gaúcho, Heverton e Ardley para o Iguaçu. Para o Andraus, Willian Carvalho.
Cartão vermelho – Willian Carvalho (segundo amarelo).
Litigou o Andraus: Carlos Henrique, Willian Carvalho, Alemão, Sorbara, Rubens, Daniel, João Gabriel, Gabriel (Jair), Hiago (Lucas), André Carlos (Henrique) e Saci. Técnico Celso Claudemir Sturion.
Peleou o Iguaçu: Léo Lopes, Lucão, Léo Gaúcho (Tabata), Van Dal, Gian Carlo, Heverton (Oscar), Adãozinho, Pablo (Zonta), Gabriel Ataliba (Ícaro), Romão e Ardley (Leandro Cerqueira). Treinador Ageu Gonçalves.
A próxima porfia iguaçuana será na cidade de Alvorada do Sul, no domingo, 4 de junho, quando encontrará pela frente o PSTC.