Corria o ano de 1972, debutando no certame paranaense de futebol profissional, a Associação Atlética Iguaçu, alcunhada que foi de Fantasma da Fronteira, pois já tinha assustado os “grandes” da capital e realizou uma bela campanha no Campeonato Paranaense, disputaria o Torneio Integração Paraná e Santa Catarina, que ficou conhecido como Catarinão 1972. Com a largada do Torneio em 1° de outubro, um domingo, nesse campeonato inédito, estrearia e surgiria com um dos grandes nomes de todos os tempos no esquadrão iguaçuano, o beque central Bartimeu Batista da Silva, o Belga. Parecendo um líbero, dando cobertura para toda a sua retaguarda, naquele estreia contra o Figueirense, onde o onze iguaçuano triunfou por 1 tento a 0, Bartimeu disse a que veio, e ao longo dos anos deixou sua marca dentro e fora das quatro linhas. Dentro, jogando um futebol de primeira grandeza, como um verdadeiro líder que defendia com muita raça às suas cores. Fora, como um baita ser humano, respeitoso e brincalhão colheu como frutos, verdadeiras amizades, tanto é que adotou como sua e foi adotado pela nossas cidades irmãs, onde constituiu família.

Defendendo a Pantera Azul Dourada em vários certames deixou sua marca, sendo considerado no ano de 1976 o melhor beque central do campeonato, tanto é que foi contratado pelo Clube Atlético Paranaense.

No ano de 2020, em uma pesquisa do site esportivo coisasdabola.com.br para se escolher os 11 melhores jogadores de todos os tempos da Associação Atlética Iguaçu, entre 501 votantes, Bartimeu Batista da Silva, o Belga, foi o atleta que obteve a primeira colocação, sendo eleito o Craque iguaçuano de todos os tempos.

Paulista de nascimento, iniciou sua carreira futebolística em Uberlândia – MG. Veio  para o Iguaçu quando atuava pelo time de aspirantes do Santos F. C., da cidade de Santos, SP. Seu primeiro contrato como atleta profissional foi na Pantera Azul Dourada. Zagueiro central de uma raça desmedida, tirava proveito do seu ótimo condicionamento físico e da sua excelente impulsão. Nas bolas alçadas na área, o Belga era absoluto. Nunca pipocava e era um líder nato, procurando sempre orientar e incentivar os companheiros. Tornou-se o eterno capitão do time.

Atuou pela Associação Atlética Iguaçu nos anos de 1972/73/74/75 e meados de  1976. Foi contratado pelo Clube Atlético Paranaense em 1976, e permaneceu até 1980. Retornou ao Iguaçu em 1980, onde atuou até 1984. Encerrou sua carreira atuando pelo Tabu, da cidade de Clevelândia. Até os dias de hoje é o jogador que mais se identificou com o Auricerúleo e é muito admirado e respeitado em todos os lugares por onde passa.

O Belga foi “descoberto” quando oficiais militares que por aqui aportaram no 5° BEC, mencionaram que em determinado quartel na região Centro-Oeste do país, um craque moreno jogava muito. Através dessas conversas no interior da “caserna”, foram encontrar o Bartimeu já tendo saído do quartel, peleando pelos aspirantes do alvinegro santista, aquele “timinho” onde o Rei deu umas bicudas…

Parabéns meu amigo Bertimeu. Que Deus continue te abençoando e iluminando o caminho e lhe dê muito anos de vida. Forte abraço.

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