Já despontando como um ponta de lança rompedor e balançador de redes, onde já tinha chamado atenção pelo desempenho dentro das quatro linhas quando defendia as cores do União E.C., o moço Ambrósio Tabatchuk, conhecido nos meios esportivos como Tétio, honrava no momento as camisas do tricolor avahiano, inclusive tinha sido o ponta de lança artilheiro do certame de 1967 (18 gols), onde a torcida ia aos estádios para ver a sua atuação e seus tentos. Em vários deles a raça e oportunismo sempre se faziam presentes, principalmente porque não havia bola perdida e ele sempre deixava a sua marca. Talvez, o mais bonito por mim presenciado, foi contra o esquadrão do São Bernardo em pleno Estádio Municipal de Porto União, quando de peixinho ele estufou as redes na decisão do certame de 1967, calando a grande massa torcedora do quadro da Lagoa Preta, que com suas bandeiras alvinegras ocupavam os barrancos no lado oposto da arquibancada do Estádio.
E foi naquela noite fatídica de julho de 1969, quando Tétio se dirigia para sua casa junto com um amigo e passava em frente ao Posto Líder, em União da Vitória, se envolveu em uma discussão com o guardião daquele estabelecimento, sujeito de péssima reputação, com passagens pelas delegacias e já condenado por homicídio. Serenados os ânimos e tendo se despedido de seu amigo, quando se deslocava para ir repousar, novamente foi interpelado pelo guardião do posto, agora acompanhado de mais dois sujeitos. Sem poder fugir ou se defender, ainda com as duas mãos nos bolsos, tombou varado por uma bala assassina o meio da testa, disparo desferido por aquele maníaco noturno. Levado as pressas a um hospital os médicos disseram que não podiam fazer nada, até porque o projétil tinha causado danos em seu cérebro.
Após contatarem um taxista, seu irmão Marciano juntamente com um enfermeiro que cuidava da aplicação do soro, se dirigiram às pressas para a capital paranaense. Já próximo de Curitiba, faltando cerca de trinta quilômetros, o atleta deu seu último suspiro, não restando outra opção a não ser o retorno de imediato para as cidades irmãs. Comoção geral tomou conta da imprensa e do público desportivo que lotou o velório e sepultamento do craque, pois o jovem Tétio, o tanque avahiano, o goleador que alegrava as tardes esportivas, tinha nos deixado pelas mãos de um assassino, que já a muito tempo tinha contas a certar com a lei e, não se sabe como, andava a solta por essas bandas. A revolta foi tão grande, que pela estupidez e covardia do crime, a guarda da delegacia onde o celerado facínora estava preso, teve que ser aumentada.
Mesmo com a condenação do assassino, a dor de seus familiares foi tanta que aos poucos a sua mãe foi definhando e não resistiu pelo sofrimento da perda do seu caçula.
No dia do sepultamento do Tétio a equipe do Avahi tinha uma contenda atada contra o Operário Ferroviário da cidade de Ponta Grossa. Representando o esquadrão avahiano atuou o quadro do São Bernardo e o escore ficou em igualdade, zero a zero.
Tétio era irmão mais novo do famoso beque que defendeu as cores do Ferroviário Esporte Clube e Clube Recreativo Tamandaré, Lauro Pé de Leite, que na época estava residindo em Francisco Beltrão e naquela cidade defendia as cores do União contratado que fora para tal.
Se é como dizem que aqui se faz aqui se paga, segundo informações o assassino morreu assassinado por várias estocadas de uma peixeira.
Tétio nos deixou com 23 anos de idade.