DOPING NO CAFÉ

DOPING NO CAFÉ

Coisas da bola

Coisas da bola são relatos de fatos vividos por mim, histórias contadas por amigos e outros frutos da minha imaginação.

Qualquer semelhança será puro acaso.

“Jair da Silva Craque Kiko”

Após viagem de 10 horas, nós atletas da Associação Atlética Iguaçu estávamos no norte velho do Paraná, precisamente em Bandeirantes, para mais uma partida pelo campeonato paranaense daquele ano da década de 1970.

Por incrível que pareça, naquela noite da partida, a temperatura estava amena, anormal para a época e lugar, e no vestiário, uma garrafa térmica cheia de café era oferecida somente aos atletas.

Com pouca torcida e iluminação deficiente, o jogo foi iniciado. Na lateral do campo, ao lado das arquibancadas, um senhor trajado de chapéu, bombacha, botas de cano alto e com um revólver na cinta gritava palavras de ordem para os árbitros e jogadores da equipe da casa (era o famoso Comendador Meneghel). Terminado o primeiro tempo de um jogo pegado e com muita correria, fomos para o vestiário e foi servido novamente café aos jogadores.

Voltamos para a segunda etapa e aos 20 minutos, mais ou menos, o juiz parou jogo. O nosso roupeiro estava ao lado do campo gritando, sinalizando que haveria substituição e que ele iria entrar no lugar do camisa 10, disse que não estava jogando nada. O árbitro ponderou: “como vai entrar se você não é atleta?” Então, o roupeiro entrou correndo, foi para o meio do campo e começou a fazer aquecimento. A polícia foi chamada, retirou o roupeiro e o jogo foi reiniciado. Tudo isso aconteceu porque no intervalo da partida sobrou um pouco de café (batizado) na garrafa e o roupeiro tomou.

Imaginem se naquela época fosse feito exame antidoping.

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