Considerada por um grande contingente de torcedores iguaçuanos como a melhor dupla de zagueiros que a Pantera Azul Dourada já teve, onde aliando a raça com a qualidade técnica, estes dois zagueiros se completavam dentro das quatro linhas e, na maioria das vezes eram os principais responsáveis pelas atuações da Associação Atlética Iguaçu. Por três anos consecutivos foram escolhidos como a melhor dupla de zaga do Campeonato Paranaense de Futebol.
Bartimeu Batista da Silva (Belga), paulista de nascimento, iniciou sua carreira futebolística em Uberlândia-MG. Veio para o Iguaçu quando atuava pelo aspirantes do Santos F.C da cidade de Santos. Seu primeiro contrato como atleta profissional foi na Pantera Azul Dourada. Zagueiro central de uma raça desmedida, tirava proveito do seu ótimo condicionamento físico e da sua excelente impulsão. Nas bolas alçadas na área o Belga era absoluto. Nunca pipocava e era um líder nato procurando sempre orientar e incentivar os companheiros. Tornou-se o eterno capitão do time.
Atuou pela Associação Atlética Iguaçu nos anos de 1973/74/75 e meados de 1976. Foi contratado pelo Clube Atlético Paranaense em 1976 e permaneceu até 1980. Retornou ao Iguaçu em 1980 onde atuou até 1984. Encerrou sua carreira atuando pelo Tabu da cidade de Clevelândia. Até os dias de hoje é o jogador que mais se identificou com o áureo cerúleo e é muito admirado e respeitado em todos os lugares por onde passa.
Gelson Bastos Scott, de origem gaúcha, nascido em 1952. Além de quarto zagueiro era um jogador polivalente, pois podia atuar em vários setores e tinha uma qualidade técnica apurada. Tocava na bola com um refino e categoria sem igual. Gostava de sair com a redonda no chão e dificilmente dava um chutão. Muitas vezes levava uma bronca de seu colega Belga, pois segundo ele, zagueiro tinha que zagueirar, limpar a área, mas o Gelson, com aquela calma que lhe era peculiar saia sempre jogando. Tornou-se o principal batedor de faltas e pênaltis da equipe.
Em certo tempo da sua história, a diretoria iguaçuana resolveu renovar quase todo o elenco e, um dos diretores se dirigiu até Porto Alegre-RS, mais precisamente na conhecida Rua da Praia para contratar atletas. Trouxe um ônibus com quarenta jogadores. Trinta e nove foram dispensados. Ficou somente o Gelson Scott que defendeu o Iguaçu por vários anos e, por suas atuações, muitos comentavam que jogava mais que os 39 atletas atuando juntos.
Atuando em vários clubes dos estados do sul do Brasil, o Gelson, por onde passou deixou saudades, não só pelas atuações dentro das quatro linhas, mas também fora delas, onde a sua simplicidade e humildade granjeava amigos. Hoje, já no andar superior, é lembrado com muito carinho pelos torcedores iguaçuanos.
Quem os viu atuar sabe do que estou falando por que estas duas criaturas jogavam “é muito”.