ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA IGUAÇU – CAFEZINHO NO BAR DO IVO

ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA IGUAÇU – CAFEZINHO NO BAR DO IVO

Coisas da bola

Coisas da bola são relatos de fatos vividos por mim, histórias contadas por amigos e outros frutos da minha imaginação.

Qualquer semelhança será puro acaso.

“Jair da Silva Craque Kiko”

Quem vivenciou o futebol  nas cidades irmãs nas décadas de 1970/80 sabe que as consideradas “Bocas Malditas” eram o Bar Coimbra e Bar do Ivo, em União da Vitória e Porto União, respectivamente. Eram os pontos de encontro dos desportistas e dos boleiros. Muitos causos e histórias eram comentados e, principalmente ali, vários fatos eram constatados, como esse que vou relatar.

Toda manhã ao se dirigir para os treinamentos no Estádio Antiocho Pereira, um atleta da Associação Atlética Iguaçu passava pelo Bar do Ivo para tomar o seu cafezinho que sempre tinha que ser servido em uma xícara de cor escura. Conforme combinado com o dono do bar, essa era uma das exigências do atleta. A outra, era que a xícara fosse colocada bem na ponta do balcão, para que o atleta, com as mãos colocadas para trás (como na posição militar de descansar) pudesse se inclinar e sem utilizar as mãos tomar o primeiro gole. Após o primeiro gole, que descia queimando a garganta, todo aquele ritual deixava de existir e as mãos podiam ser utilizadas para pegar a xícara. Como todas as manhãs o bar tinha uns frequentadores assíduos, alguém começou a reparar e ficar na espreita daquele ritual que era quotidiano.

Um dia, esse alguém, por curiosidade, indagou ao dono do bar o porquê daquela maneira de servir o café para o boleiro. Recebeu como resposta, que não podia contar porque era um compromisso assumido com o cliente boleiro.

Naquele 24 de dezembro, como sempre, vários desportistas, boleiros e amigos que vieram passar os festejos natalinos em nossas cidades, se reuniram no bar para comemorar a data. Entre uma cerveja e outra, com os ânimos só de alegria, surgiu o questionamento ao dono do bar sobre o cafezinho que era servido para o jogador iguaçuano. Justificando que o campeonato paranaense tinha terminado e que o boleiro já tinha ido embora das nossas cidades, o dono do bar disse que não faria mais segredo e contaria o porquê daquele ritual ao servir o cafezinho. Primeiro, disse ele, a xícara tinha que ser de cor escura para que ninguém percebesse que o líquido não era café, e sim a “marvada pinga”. Segundo, a xícara tinha que ser colocada bem na ponta do balcão para que o cliente boleiro pudesse tomar o primeiro gole sem colocar as mãos, pois enquanto não tomasse o primeiro gole, devido a tremedeira, derramaria tudo e os outros clientes perceberiam. Era para firmar o pulso.

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