ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA IGUAÇU E O BICHANO NO ALOJAMENTO

ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA IGUAÇU E O BICHANO NO ALOJAMENTO

Coisas da bola

Coisas da bola são relatos de fatos vividos por mim, histórias contadas por amigos e outros frutos da minha imaginação.

Qualquer semelhança será puro acaso.

“Jair da Silva Craque Kiko”

As programações e atividades para aquela temporada de 1975 do Campeonato Paranaense de Futebol estavam muito intensas. Com todos os atletas solteiros alojados na Sede da Associação Atlética Iguaçu, no Estádio Antiocho Pereira, em um clima saudável e de muita descontração, enfrentávamos os treinamentos feito pelo então Cabo Giácomo com muita vontade e afinco. As refeições e manutenção do alojamento sob os cuidados da Tia, nada deixavam a desejar, exceto pelo fato dela ter um gato que também residia no alojamento.

Tendo como protagonistas deste causo, o Belga e o Netinho, assim relembro um pouco desta minha linda fase no futebol, também morador do alojamento.

O Belga, zagueiro, líder, capitão da equipe, extrovertido e carismático, odiava aquele gato que andava por cima das roupas de cama arrumadas nos beliches de cada atleta. Por várias vezes tinha solicitado para a Tia que levasse aquele gato para fora do alojamento, mas não obteve êxito. Já o Netinho, craque do time, pessoa introvertida, reservada e medrosa, adorava fazer afagos no bichano.

Em um pós-jogo traumático, em que fomos derrotados, não pelo futebol apresentado e sim pela parcialidade de um apitador da capital que nos garfou maldosamente, nós moradores do alojamento estávamos em nossos  beliches com os nervos à flor da pele. Então, eis que aparece o dito gato. Não preciso dizer que em pouco tempo “sobrou para ele”.

Liderados pelo Belga, o mourisco foi apanhado e, em  seu rabo foram amarradas bombinhas com um  pedaço de Bombril e ateado fogo. O animal foi solto em um carreiro que ligava o alojamento até o salão de Baile Diogo, que se situava na avenida Iguaçu na beira do rio, a uns duzentos metros dali.

Nesse ínterim, o Netinho que tinha ido namorar, voltava pelo carreiro naquela noite escura e deu de encontro com o gato correndo em sua direção, miando, pegando fogo e com as bombinhas explodindo no rabo. Enquanto o bichano, também assustado e com o rabo chamuscado desaparecia  no mato, o Netinho desmaiava  no meio do carreiro. A sorte foi que a boleirada do alojamento estava observando e viu quando o Netinho caiu desmaiado e correu para socorrê-lo. Foi um parto reanimá-lo. Por pouco o craque não deu entrada em um hospital.

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