ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA IGUAÇU E O TREINEIRO ESPERTO

ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA IGUAÇU E O TREINEIRO ESPERTO

Coisas da bola

Coisas da bola são relatos de fatos vividos por mim, histórias contadas por amigos e outros frutos da minha imaginação.

Qualquer semelhança será puro acaso.

“Jair da Silva Craque Kiko”

Lá pelos idos de 1975, após de ter feito uma campanha mediana no Campeonato Paranaense e ter ficado em oitavo lugar, a Associação Atlética Iguaçu passava por maus bocados. Os resultados esperados não vieram e a crise financeira se fazia presente. Após várias reuniões, a diretoria resolveu tomar atitudes, que já naquela época, contrariava o pessimismo, isso é, nas dificuldades é que as oportunidades aparecem. Era preciso investir para sair do momento ruim. E, antecipando-se para o campeonato do próximo ano, contratou um treineiro a peso de ouro, que utilizava métodos considerados modernos para aquele tempo. Além de profundo conhecedor de esquemas táticos, o treinador tinha também outras aptidões. Bem apessoado, articulado e falante, usava muito da psicologia no trato com seus atletas. Procurava sempre dar moral para seus jogadores, onde dizia quase sempre, que não estávamos em um time grande por pequenas circunstâncias, que tínhamos futebol para isso.

Pressionando sempre, com triangulações centrais, jogadas de aproximações, sem volante brucutu e com laterais liberados para apoiar, fez sua estreia contra o Clube Atlético Paranaense no alçapão da Vila Famosa (Estádio do Ferroviário). E estreou com o pé direito. Quebrou um tabu contra o time da capital paranaense e sob seu comando vencemos por 1 a 0.

Não só pela vitória, mas também pelo futebol praticado pela equipe, ganhou notoriedade rapidamente e, por seus atributos ganhou carta branca da diretoria e fez valer.

Com o aval de certos diretores, arrendou o Hotel Luz, no centro de Porto União e, passou a utilizá-lo como concentração dos atletas em vésperas de jogos. Inovou também nas noites de concentração, onde um lanche especial era servido antes do pessoal  ir dormir. Coisas de time grande, diziam os boleiros rodados, mas que nunca tinham visto tal tratamento. O homem já era chamado de “o cara”“ e começou a se achar o tal.

Enquanto as vitórias estavam aparecendo a situação foi mantida. Com a queda de produção da equipe, derrotas virando rotinas e o treinador querendo mandar mais que a diretoria, o ambiente começou a ficar ruim, além de que, o diretor de futebol que era contrário às consideradas mordomias para os atletas, começou a cornetar .

Uma ala da diretoria queria dispensar o treinador, a outra não queria fazê-lo, pois tinha avalizado o arrendamento do hotel, que estava com os pagamentos atrasados e, os diretores avalistas queriam ser ressarcidos através de descontos dos pagamentos do salário do treinador.

Diante da situação, quem tomou a iniciativa foi treinador. Deu no pé. Anoiteceu e não amanheceu na cidade, deixando as suas pendências financeiras para serem pagas pelos seus avalistas.

O treinador já passou para outra dimensão, portanto não é justo citar o seu nome, até porque,

não pode confirmar ou ou tentar desmentir o relato.

2016-03-31 10.13.37

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