AVAHI FUTEBOL CLUBE – 66 ANOS DE HISTÓRIA

AVAHI FUTEBOL CLUBE – 66 ANOS DE HISTÓRIA

Dia 24 de junho de 1949, na sede do Clube União, era registrada em ata a reunião que marcaria o aparecimento oficial do Avahi F.C., um dos maiores quadros esportivos das cidades irmãs. Luis Pacheco, representante comercial e torcedor do São Paulo, foi seu primeiro presidente, inclusive por ser são-paulino, escolheu as cores tricolores da nova equipe.
Em 12 de setembro de 1949, através de uma reunião extraordinária o Sr. Luiz Pacheco por problemas particulares renunciou a presidência, sendo então, efetuada nova eleição onde foi eleito o novo presidente o Sr. Danilo Cerqueira Leite. Na mesma reunião, por unanimidade o Sr. Luiz Pacheco foi eleito sócio presidente benemérito perpétuo.
Em 04 de fevereiro de 1950 o Avahi inaugurou sua primeira sede social na Rua Siqueira Campos, no edifício D. Maria em Porto União.
Em 04 de abril de 1950 assumiu a presidência o Sr. Domício Scaramella. Em virtude de ideias divergentes, bastante comuns no esporte, a equipe avahiana se desligou da LDNC ( Liga de Desportos do Norte Catarinense) e se filiou na LERI (Liga Esportiva Regional Iguaçu) de União da Vitória. Com essa mudança a equipe quase que se desfez mas conseguiu superar os obstáculos e sobreviveu.
Em seu primeiro compromisso de campeonato, no ano santo, o Avahi empatou com o Ferroviário, para no segundo jogo, perder para o São Bernardo por 3×1, em um cotejo que houve briga e cenas lamentáveis.
Deram o Avahi, mais uma vez, como acabado e naufragado. No meio daquele “ninguém se entende”, onde opiniões divergiam, a direção do clube foi entregue à dupla Wilkys Amazonas Correia e Moisés Farah. Conhecidos como “ditadores, deram conta do recado e aí o Avahi começou uma nova caminhada, com uma série de vitórias seguidas, que só terminou com aquela fantástica vitória sobre o União, por 5 x 2.
O Avahi Futebol Clube marcou uma etapa gloriosa no futebol amador das cidades irmãs em sua época de ouro. Sua primeira e quer nos parecer uma das mais brilhantes conquistas foi no ano de 1950, sagrando-se campeão do certame promovido pela LERI – nossa saudosa e inesquecível Liga Esportiva Regional Iguaçu, considerada na época, como uma das entidades mais bem organizadas do futebol do interior paranaense. Foi o campeão do Ano Santo, título muito comemorado pela sua massa de torcedores.
Obs: Ano Santo era uma data de comemoração da igreja católica.

De todas as agremiações que passaram pelas ligas de futebol amador de nossas cidades o Avahi é a única que sobrevive ao longo dos anos bem organizado, onde em sua sede própria, guarda com zelo e muito carinho todo o seu acervo e troféus conquistados em sua gloriosa história.

O Avahi Futebol Clube teve dois momentos distintos. O primeiro foi da data de sua fundação até o ano 1989. A partir daí, a segunda, com membros torcedores de outros times que vieram a fazer parte do quadro associativo, quando então, com a ajuda de todos, começou-se a campanha para se ter a sede própria. O idealizador e pioneiro desta empreitada foi Jonas Miguel Rosa Godinho, pois tendo sido “mexido“ em seus brios pelos adversários clubísticos, que chamavam a equipe avahiana de time de malas nas costas, ou seja, não tinha uma sede própria. De mangas arregaçadas os diretores e também não só os torcedores avahianos foram atrás de recursos. A primeira etapa foi conseguir um local apropriado. Achado o local, então foi feito a negociação do terreno que era de propriedade do Sr. Décio Pacheco. Foi pago com um consórcio de um veículo Ford Escort. Na construção da sede podemos destacar entre tantos, os senhores Aguinaldo Meister (diretor do União E.C.) que doou todas as aberturas em ferro (portas e janelas), Domingos Forte doou o piso, Roni e Mário Ravanello doaram as madeiras para o forro e assim por diante.
Com a Sede pronta, organizou-se um jantar onde muitos convidados também estavam presentes, inclusive, alguns daqueles que chamavam o Avahi de time com malas nas costas. Em tom de brincadeira estas pessoas foram homenageadas. Receberam uma mala pintada com as cores do Avahi.
Fazendo parte de sua sede, hoje encontramos, dois campos de futebol sete (um já com iluminação), sauna, bar, salão de festas, sala para jogos e estacionamento.
Quando se fala em Avahi o primeiro nome que surge é de Jonas Miguel Rosa Godinho. Além de atleta, já esteve a frente do clube como presidente por sete vezes. Tem sido o seu baluarte de sustentação.
Destacam-se também os presidentes Gilberto Brittes, Alfredo Portes, Carlos Alberto dos Santos e Vilmar Flaresso que comandaram o clube por duas vezes.
Atualmente a agremiação está sendo presidida pelo Sr. Dirceu Cândido em seu segundo mandato, onde foi eleito por aclamação. Hoje o Avahi conta com 50 sócios entre sócios proprietários e sócios contribuintes.
No momento atual não disputa campeonatos externos. Tem se dedicado ao seu quadro associativo através de encontros na sua sede, onde jogam o futebol sete nas terças e quintas-feiras, tomam sauna, praticam o jogo de bola oito, um carteado as vezes com um jantar e sempre com uma ceva gelada.
Pelo que vimos até agora o Avahi não teve vida fácil ao longo de sua existência. Se atualmente é um clube em atividade é porque soube transpor as barreiras e através de pessoas abnegadas e organizadas continua existindo.
Para desmistificar que o Avahi é um clube de elite, no seu quadro associativo, existem pessoas das mais variadas classes sociais. Tanto é que se você for uma pessoa do bem e gosta de praticar o futebol, sempre será convidado para usufruir daquela praça esportiva. É lógico que sempre será respeitado o que reza o seu estatuto, principalmente, no que tange a disciplina. Existem regras para convivência em sociedade e lá no Avahi elas são cumpridas.

Os principais atletas de nossas cidades passaram pelas fileiras do clube. Podemos citar , Teixeirinha (centroavante) , Ceceu (ponta direita) e Ruski (zagueiro) que fizeram testes na equipe do São Paulo na década de 1950, inclusive, Teixeirinha chegou a atuar pelo tricolor do Morumbi. Entre os mais recentes, lembramos de Jonas, Sergio Nei, Pedro Scheibe, Vande, Mauro, Valmor, Chila, Farias, Roni, Dori, Luizinho Cruz, Mico, Gilson, Taco, Gelson Scott e tantos mais.

Pela LERI (Liga Esportiva Regional Iguaçu) foi campeão em 1950,1967 e bicampeão em 1970/71.
Também foi várias vezes campeão em campeonatos de futsal. Outrora participava de competições de ciclismo e voleibol.

Curiosidades
Na década de 1960 a equipe avahiana estava disputando a Taça Paraná. Em uma das fases da competição foi jogar a partida de ida na cidade de Irati contra o Olímpico. O jogo foi pegado dentro e fora de campo. Os torcedores soltavam fogos de artifícios em cima dos jogadores e dentro de campo o pau comia solto. Inclusive o craque artilheiro Farias foi expulso. Houve empate em 1 a 1. Na partida de volta o bicho pegou, o pau comeu e a cobra fumou no Estádio Municipal de Porto União. Sem o seu centroavante goleador que estava suspenso pela expulsão em Irati o time da casa foi derrotado por 1 a 0. Quando terminou a partida, se é que terminou o tempo regulamentar corretamente, houve um briga generalizada dentro de campo. Foi sopapo, braçada, soco, cusparada para todo lado. Os atletas visitantes foram se proteger embaixo de uma das traves (dentro das redes), onde o Jonas tentava protegê-los dos demais atletas do Avahi. Não fosse a atuação da força policial o desfecho teria sido catastrófico. Isso dentro das quatro linhas. Lá fora, principalmente no lado oposto da arquibancada, no barranco, o pau também comeu solto entre os torcedores. Um veículo rural da cidade de Irati foi virado e ficou com as rodas para o ar.

Certo ano, a equipe tinha uns atletas que moravam em Três Barras. O diretor Wilkys Correia foi buscá-los para uma partida em um domingo. Quando estava chegando na balsa no Rio Timbó, se perdeu na direção e caiu com o carro dentro do rio. Conseguiu sair da água, pegou uma carona e já em Três Barras comprou roupas novas e de táxi trouxe os atletas para a partida. Ganho o jogo os atletas retornaram de taxi até a sua cidade de origem. Na segunda feira o diretor foi até o Rio Timbó, onde foi retirado o veículo, que tinha rodado rio abaixo e estava encostado em um dos pilares da ponte ferroviária.

Em uma tarde fria do final da década de 1950 iam se enfrentar no campo do União E.C. as equipes do Ferroviário e Avahi. O elenco do Ferroviário era um timaço, onde se destacavam pelo lado esquerdo os atletas Heitor e Cabrita. O Avahi com atletas suspensos e outros machucados já contava com uma derrota tamanha a qualidade do time da Vila Famosa. Na véspera dos jogos os diretores das equipes costumavam se encontrar para jogar sinuca e cornetar no hoje extinto Bar do Isaltino, ali na Praça Hercílio Luz. A certa altura já com a mardita no lombo, o Sr. Wilkys Correia, diretor do Avahi, apostou na vitória um valor que dava para comprar um fusca, o carro da época. Antes da partida, no vestiário, o diretor contou para os atletas da aposta feita. O Avahi só estava com dez atletas para a partida. E agora! Nesse ínterim, apareceu no vestiário um jovem chamado Stringuini que era reserva dos aspirantes. Forçaram o jovem a se fardar para jogar. Segundo contam o mesmo chorou no vestiário, estava se cagando de medo, pois o Ferroviário era uma máquina, mas entrou jogar na ponta esquerda. Começado a partida logo o Avahi tomou um gol feito em uma jogada do Heitor e Cabrita. O jogo transcorria normal até quando mais ou menos na metade do segundo tempo, o zagueiro Gervásio do Ferroviário, foi atrasar a bola para o goleiro e, o atacante avahiano Neviton Dalmagro que era velocista, rapidamente se antecipou do goleiro e empatou a partida. Não acreditando no que estava acontecendo a equipe do Ferroviário se lançou toda ao ataque e numa dividida a bola sobrou nas costas da zaga do Ferrinho. Novamente Neviton com sua velocidade saiu em contra ataque e fez o gol da vitória.do Avahi. O inacreditável tinha acontecido. Imaginem o tamanho do porre pós jogo.

Um outro fato histórico foi no ano 1989. Como a LEFUV não organizou nenhum campeonato, os quadros do União E.C e Avahi F.C., se candidataram para representar União da Vitória na Taça Paraná daquele ano. Após uma reunião chegou-se ao consenso que a vaga seria disputada em um só prélio no Estádio Antiocho Pereira. Na noite do cotejo, por vários problemas, o elenco do Avahi estava com sete jogadores para começar o embate. Para ganhar tempo foi usado o tempo limite para a agremiação adentrar nas quatro linhas, e quando o fez, estava com o fardamento vermelho, idêntico ao do União. Na discussão para ver quem trocava de fardamento mais uns minutos foram ganhos. Mesmo assim o Avahi começou peleando com o limite mínimo de chutadores permitido pelas regras do esporte bretão. Entre tanta malandragem e catimba, o Avahi, mesmo combatendo com menos jogadores, venceu o esquadrão de cor encarnada pelo escore de dois tentos a zero e ganhou a vaga para a Taça Paraná. Nós estávamos lá, né Dori ?

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