AVAHI NA 8ª TAÇA PARANÁ DE FUTEBOL

AVAHI NA 8ª TAÇA PARANÁ DE FUTEBOL

Coisas da bola

Coisas da bola são relatos de fatos vividos por mim, histórias contadas por amigos e outros frutos da minha imaginação.

Qualquer semelhança será puro acaso.

“Jair da Silva Craque Kiko”

GUARANI 1 X 0 AVAHI – 17 de outubro de 1971

Tentando igualar a conquista do Ferroviário Esporte Clube, que foi o campeão da 1ª Taça Paraná de Futebol Amador no ano de 1964, ao longo dos anos, as equipes campeãs da LERI (Liga Esportiva Regional Iguaçu) vinham tentando igualar o feito, mas sem sucesso algum.

Naquele ano de 1971, mais uma vez era o Avahi  Futebol Clube que tentava tamanha façanha.Tinha montado uma estrutura de treinamentos, requisitado atletas de outros clubes de nossas cidades, enfim, tinha feito o necessário para disputar esta competição que envolvia as melhores equipes do estado do Paraná.

Como regia o regulamento da época, as equipes jogariam com os seus adversários em jogos de ida e volta, onde eram separadas em chaves dentro de suas respectivas regiões do Estado. Coube ao Avahi, na primeira fase, se defrontar com a equipe do Guarani da cidade de Irati. Por sorteio, o primeiro embate seria na cidade iratiense e, naquele 17 de outubro de 1971 no Estádio Fioravante Slavieiro, sob a mediação de sua senhoria Roaldo Brum aconteceu o prélio épico, não pelo futebol jogado, mas sim pelo festival de pontapés, socos, cusparadas e xingamentos.

Sentindo falta do seu meia cancha, Ferreira, que momentos antes da partida fez testes e, não foi liberado pelo departamento médico avahiano, a equipe das cidades irmãs começou mal a partida e, seu setor de retaguarda era envolvido com facilidades pelos avantes bugrinos. Também, por tentar muitas jogadas aéreas, o ataque do tricolor avahiano era contido facilmente, principalmente pelos atletas de miolo de zaga que eram privilegiados fisicamente e ganhavam todas de cabeça.

Com o término da primeira etapa sem abertura no marcador, o treinador do Avahi, Waldir Alliot, acertou a equipe no vestiário e, seu elenco retornou jogando um futebol agressivo e com bastante movimentação. Vendo que seu time estava sendo envolvido com facilidade, o setor defensivo do time da casa abriu a caixa de ferramentas e desceu o sarrafo nos homens de frente do time visitante, que eram caçados como se a temporada de caça estivesse liberada. Além disso, socos, cusparadas e xingamentos se tornaram normais e o homem do referee (com medo) fazia vistas grossas. De tanto levarem pau, o ponta de lança Farias e o ponteiro Nicola, ambos do Avahi, não se contiveram, revidaram e foram expulsos. Pelo Guarani o defensor Nestor também foi para o chuveiro mais cedo.

Aos 32 minutos, em uma estocada do ataque do Guarani, o ponta esquerdo Dinho fez o tento que garantiu a vitória pelo escore mínimo e, que lhe deu a vantagem de jogar fora de casa por um empate.

JOGO DE VOLTA – AVAHI 1 X 1 GUARANI – 24 de outubro de 1971

Sabendo que o bicho ia pegar e ter retaliação, naquele dia 24 de outubro, o quadro do Guarani de Irati se apresentou no Estádio Municipal de Porto União para o jogo de volta contra o esquadrão do Avahi. Diante do acontecido no prélio de ida na cidade de Irati, a expectativa dos atletas e torcedores avahianos para a segunda partida eram um prenúncio de que coisas ruins aconteceriam, independente do resultado do jogo.

E então, às 15:30 h foi dado início do cotejo. Com se esperava, o Avahi, mesmo sem o seu artilheiro Farias, que foi expulso no primeiro embate e cumpria suspensão automática, partiu com tudo em busca do gol para garantir a vitória. Diferente do que se esperava, o elenco do Guarani  também veio determinado a buscar a classificação e, em raras estocadas sempre levava perigo ao gol do time da casa, sendo que, somente nos primeiros minutos da primeira etapa pode se ver um pouco de bom futebol. A partir daí o elenco visitante começou a fazer “cera”, ficando mais deitado do que jogando bola, o que foi aumentando a ojeriza dos boleiros do time da casa.

Com o prélio empatado em zero a zero foi dado a largada da segunda metade e, logo no primeiro minuto o meia atacante Pelé, ex-jogador do Avahi, da intermediaria de seu ataque acertou um tirambaço e mandou a pelota para o fundo das redes do guapo avahiano decretando a abertura do placar. A bola nem pode ser levada ao centro do gramado para a nova saída, pois o pau comeu solto e só foi contido através da diretoria do Avahi que conseguiu serenar os ânimos e o árbitro pode dar reinício da partida.

Com o Avahi  fustigando o adversário, o seu gol de empate aconteceu aos 51 minutos, já nos acréscimos, através do defensor Mauro. Dois minutos após o empate, o apitador encerrou a partida com o time do avahiano desclassificado. O que se viu a parti daí foi uma briga generalizada entre jogadores e torcedores. Os atletas do Guarani foram colocados dentro do gol dos fundos, embaixo da rede e foram protegidos por policiais e diretores do Avahi. Ao lado oposto das arquibancadas, no barranco, os torcedores viraram um veículo Rural deixando-o  com as rodas para cima. A confusão só foi terminada após a ação dos soldados do 5º Batalhão de Engenharia e Combate.

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