FUTEBOL NA SEMANA SANTA

FUTEBOL NA SEMANA SANTA

Coisas da bola

Coisas da bola são relatos de fatos vividos por mim, histórias contadas por amigos e outros frutos da minha imaginação.

Qualquer semelhança será puro acaso.

“Jair da Silva Craque Kiko”

Estava deitado no sofá tirando um cochilo, aproveitando a folga de quinta-feira santa, quando tocou o telefone. Era meu amigo, Orley do R. Maltauro, vulgo professor Oroma, convidando-me para jogar uma bolinha às 19 horas, no campo da empresa Selectas. Como gostava muito da redonda, aceitei de pronto. Próximo do horário da partida enchi os pneus da minha magrela e me dirigi ao local da brincadeira. Quando cheguei o pessoal já estava no aquecimento e, me esperando. Justifiquei o meu atraso dizendo que morava em São Cristóvão e que a minha bicicleta estava em péssimas condições. Jogamos, então, o nosso futebol e após fomos para o botequim tomar cerveja, comer peixe e apreciar os violeiros. Conversa vai, conversa vem e, cantando músicas como Boate Azul e Ipê Florido (cantada na voz dos amigos Orley e Tiné), perdi a noção do tempo, só, então, percebi que se aproximava de meia-noite e como não queria adentrar à sexta-feira santa na rua, despedi-me e armei o paletó.

Voltava pela rua do antigo Senai, hoje Uniguaçu, quando senti que alguém estava me seguindo. Acelerei as pedaladas e percebi um vulto correndo atrás de mim. Quanto mais eu aumentava a velocidade, mais o vulto se aproximava. Estava uma escuridão total e eu já sentia a respiração ofegante do meu perseguidor. Foi quando olhei pelo canto dos olhos e vi que se tratava de um enorme cão, parecido com um lobo, com grandes presas e bastante peludo. Quase me caguei nas calças quando perdi o controle e a bicicleta derrapou no chão cheio de pedregulhos. Foi nessa hora que o enorme animal se preparou para o ataque. Ouviu-se então, um enorme estouro. O animal se assustou e “garrou” o mato em direção ao Rio Iguaçu. Eu continuei pedalando e senti algo diferente na bicicleta, mas como estava com bastante medo, fui em frente. Quando cheguei no centro da cidade percebi que o pneu traseiro tinha estourado, daí lembrei, que havia deixado os pneus mais cheios que o normal, pois, às vezes eles esvaziavam. Essa tinha sido a minha sorte, o estouro do pneu. Deixei a minha bicicleta com o segurança da rede ferroviária, peguei um táxi e retornei para casa. Prometi para mim que nunca mais passaria a meia-noite de sexta-feira santa na rua.

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