GAROTO DE RIO AZUL – A SENSAÇÃO DO IGUAÇU

GAROTO DE RIO AZUL – A SENSAÇÃO DO IGUAÇU

DE RIO AZUL GANHOU A ALCUNHA DE  “A SENSAÇÃO” DO FANTASMA.

Tudo começou na década de 1970 naquela partida amistosa entre o Independente Esporte Clube da cidade de Rio Azul e o Jacaré da Lagoa Preta, mais precisamente, a equipe do São Bernardo de União da Vitória. Devido a precocidade técnica e física o garoto de Rio Azul foi lançado como titular naquela partida que seria o seu passaporte para a vida de atleta profissional. Fez seis dos onze gols na vitória por 11 a 5 sobre o time visitante. Os diretores e atletas contrários ficaram encantados com a atuação do jovem atleta e iniciaram os primeiros contatos para um teste no caçula da Federação Paranaense de Futebol, a Associação Atlética Iguaçu conhecida como O FANTASMA da fronteira por assustar as grandes equipes da capital.

E com a intermediação feita, já na semana seguinte, Lourival Albini se apresentava para a comissão técnica. Por nunca ter saído da barra da saia da mamãe, a ansiedade e o nervosismo tomaram conta nos primeiros momentos do contato, mas aos poucos foi se soltando. Após vários dias de treinamentos nos campos do 5° BEC e no Estádio do Ferroviário, no dia 1° de março de 1972 assinaria o seu primeiro contrato como jogador profissional com o salário inicial de duzentos e oitenta cruzeiros e oitenta centavos. Estreou em um jogo noturno, fora de casa, jogando contra a equipe da Pontagrossense  da cidade de Ponta Grossa. Nesse embate o placar ficou em 0 a 0.

Sua estreia em casa foi contra a equipe do furação Clube Atlético Paranaense. Entrou  no início do segundo tempo e por duas vezes fez o guapo atleticano Picasso ir buscar a redonda nos fundos da rede. Mesmo tendo marcado dois gols a Associação Atlética Iguaçu foi derrotada pelo placar de 4 a 2, mas a derrota não conseguiu ofuscar a ótima atuação do ponteiro. A partir daquela estreia, quando a pantera azul dourada se apresentava em casa, a torcida se dirigia ao estádio para ver as atuações da Sensação Iguaçuana, alcunha que o  jovem Lourival tinha ganho merecidamente. Por suas ótimas apresentações tinha presença certa no elenco titular, ora atuando pela ponta direita ora pelo setor de criação. Se tornou imprescindível ao treinador e em 1974 se transferiu para a equipe coxa branca do Alto da Glória da capital paranaense. Em sua carreira como  profissional atuou nos estados do Paraná,  São Paulo e Rio Grande do Sul. Atualmente é professor de Educação Física aposentado e reside na cidade de Curitiba.

Fatos hilários quando defendia o Iguaçu

O cotejo amistoso seria no domingo contra o mistão do Santos F.C. da cidade de Santos-SP. No sábado, véspera do embate, sob a vigilância do massagista Casquinha os atletas da Pantera Iguaçuana estavam concentrados na sede da associação. Coincidentemente ou não, neste sábado aconteceria um baile do chopp na cidade de São Mateus do Sul e o garoto de Rio Azul já tinha combinado com um amigo que iriam participar do referido baile. Após fugir da concentração, pular o muro e entrar no veículo SP-2 do amigo que tinha um restaurante na antiga rodoviária de União da Vitória, Lourival juntamente com mais um jogador que estava no departamento médico se dirigiram até a Cidade do Xisto. O que o atleta não esperava era encontrar um repórter da Rádio União que lhe perguntou se não iria participar da partida no domingo. De imediato o craque mentiu respondendo que tinha se lesionado no coletivo apronto na sexta-feira.

No domingo a notícia já era de conhecimento dos diretores iguaçuanos. Não se sabe como e nem quem falou para o supervisor da equipe, sargento Osvaldo Lazzaris, que era o meio campista Rotta que tinha ido ao baile. Já no vestiário o supervisor inquiriu o atleta perguntando se o mesmo tinha condições de atuar após ter amanhecido no baile do chopp. Rotta jurou de pés juntos que ele não tinha ido a baile nenhum. Após o supervisor ter se retirado, o Bocão (Rotta) deu uma dura no Lourival, pois sabia quem era o fujão da concentração.

Com a casa cheia, começou o prélio e o ponteiro foi bater um escanteio quando ouviu de um torcedor que estava em pé encostado no alambrado: Lourival o baile do chopp estava bom? Lourival respondeu: estava sim, a tua mulher não te contou! Imaginem a fúria que ficou o torcedor.

Quanto ao confronto o Iguaçu venceu e o garoto do baile foi considerado o melhor da partida e no jogo seguinte, antes do início, foi presenteado com um lindo relógio. Enquanto era entrevistado pediu para o repórter guardar o relógio que pegaria após o jogo. Quando foi apanhar o relógio recebeu a notícia que tinham roubado o seu prêmio. É mole ou quer mais?

Mas voltemos para a ida ao baile. O ponteiro esquerdo Cunha, que também estava concentrado, sabia das intenções que o amigo tinha de ir tomar chopp e pediu para que lhe trouxesse um caneco. Lourival não esqueceu e trouxe um caneco cheio de chopp para o amigo. Quando Cunha tomou, reclamou que estava quente, claro que estaria, pois já eram quatro horas da madrugada e a distância da viagem de volta era em torno de oitenta quilômetros. Então o líquido foi jogado nos cabelos e nas barbas do ponteiro esquerdo que foi alvo da gozação dos colegas.

Em conversa com um torcedor iguaçuano, por incrível que pareça, o mesmo me contou que em um amistoso na cidade de Rio Azul o garoto Lourival assinou um bolo (palpite) que o time da casa ganharia por onze a um da equipe do Carlos Romeu de Porto União. Além de fazer vários gols a futura Sensação da Associação Atlética Iguaçu também acertou o palpite e levou a grana. (Essa história me foi contada por um repórter esportivo que foi testemunha ocular do fato, disse-me ele).

 

 

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